O aguardado filme The Flash chega aos cinemas brasileiros, na quinta-feira (15), adaptando uma história bem famosa da HQ do herói que já foi retratada na TV, na série Flash. Intitulada de Flashpoint (Ponto de Ignição), publicada originalmente em 2011, a trama mostra uma realidade alternativa com as coisas fora do lugar, como Barry Allen não sendo mais o Flash. No filme e na série, essa mudança ocorreu porque o herói fez uma viagem ao passado e mexeu na linha do tempo.
Em The Flash, o herói do cinema interpretado por Ezra Miller entra na Speed Force e volta no tempo para salvar a sua mãe e livrar o pai da cadeia (no cânone, o pai dele é preso acusado, equivocadamente, de matar a companheira). Flash executa o que tinha em mente, mas acaba criando uma nova realidade. Por exemplo, a Liga da Justiça não existe, deixando a Terra indefesa, pronta para ser destruída por um vilão.
Sem o orçamento do filme, mas com horas de sobra à disposição, a série Flash fez um mergulho mais profundo na história da HQ, então contada em 61 edições. O Flashpoint foi desenrolado em toda a terceira temporada (2016-2017, 23 episódios), repercutindo a ida do herói ao passado, feita com o intuito de salvar a mãe.
Na realidade alternativa, o Barry Allen (vivido por Grant Gustin) não é mais o Flash. O salvador de Central City chama-se Kid Flash. A mãe e o pai de Barry estão vivos, felizes. E tudo ao seu redor mudou, como Cisco (Carlos Valdes) bilionário e Caitlin (Danielle Panabaker) agora oftalmologista pediátrica.
A memória de Barry, mesmo escassa, o faz se tocar de que a linha do tempo precisa ser corrigida. Aos poucos ele consegue aprumar uma coisa ou outra, mas de forma ineficiente. Enquanto isso, a série contou com tantos outros vilões velocistas prontos para acabar com a vida de Flash, como Rival, Flash Reverso e Savitar.
Ao longo da temporada é revelado que o que Flash fez, mudar o passado, afetou a linha do tempo dos outros personagens do Arrowverse. Ele lidou com as consequências disso em meio a uma crise, iniciada por invasão de alienígenas, que foi narrada no crossover anual das séries da DC, reunindo personagens de Arrow, Supergirl e Legends of Tomorrow.
O Flashpoint (Ponto de Ignição) teve um desenrolar satisfatório na TV. Foi um dos bons momentos de Flash ao longo de suas nove temporadas. A série mostrou ali o seu melhor, por mais que a trama seja de fato confusa, com viagens no tempo (passado e futuro), realidades alternativas, dimensões paralelas e outras Terras. Mas esse era o espírito de Flash, e mesmo por isso resultou em uma adaptação adequada.
Quem for assistir ao filme e quiser acompanhar uma introdução dessa história complexa, e não tem acesso às HQs de Flash, basta ver (ao menos) os dois primeiros episódios da terceira temporada da série, batizados de Ponto de Ignição e Paradoxo, disponíveis na Netflix.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br