FRAGILIDADE

HBO ordenou funcionários a insultar críticos usando contas fakes no Twitter

Rolling Stone revela caso esdrúxulo envolvendo a cúpula do canal premium
DIVULGAÇÃO/HBO
Casey Bloys, executivo da HBO
Casey Bloys, executivo da HBO

Em um gesto de fragilidade incompreensível, o principal executivo da HBO, Casey Bloys, supostamente ordenou que funcionários da empresa criassem contas fakes no Twitter para insultar jornalistas americanos que disparavam críticas negativas sobre séries do canal premium, há três anos. A ação visava também caixas de comentários de sites importantes na cobertura do mundo de Hollywood, como o Deadline.

A revelação vem de uma reportagem do site Rolling Stone que teve acesso a um processo movido por ex-funcionário da HBO contra Casey Bloys e outros pessoas da alta cúpula do canal do grupo Warner Bros. Discovery. No documento, há mensagens de texto, datadas de 2020 e 2021, que comprometem a lisura e ética de Casey.

Ele, então presidente de programação -hoje diretor-executivo (CEO) da HBO-, conversava diretamente com Kathleen McCaffrey, vice-presidente de drama. De forma direta, Casey sugeriu usar contas falsas no Twitter para rebater comentários negativos acerca das séries da HBO. O primeiro incômodo dele foi com uma jornalista do site Vulture que detonou o drama Perry Mason.

O ex-funcionário que processa a HBO trabalhava como assistente executivo na época e acabou sendo coagido a criar uma conta no Twitter para fazer o trabalho sujo de Casey. O chefão mandava mensagens para Kathleen sobre quem atacar e o que escrever, e ela repassava para o funcionário.

A investida da Casey se deu contra todo tipo de crítico, indo do jornal The New York Times à própria revista Rolling Stone. Ele demonstrava desconforto quase inacreditável ao se deparar com comentários ruins sobre atrações como The Nerves, Run e Mare of Easttown.

Por algum motivo particular, Casey não gostava de Alan Sepinwall, crítico da Rolling Stone. Ele era seu alvo preferido. Sepinwall comentou sobre essa ação esdrúxula partindo de um executivo de alto calibre da HBO e resumiu bem a história: “Estou surpreso que a HBO se preocupe com coisas desse tipo.”

De acordo com a Rolling Stone, “a HBO não contestou a legitimidade das mensagens quando procurada para comentar. Em comunicado, um porta-voz da HBO disse que não iria falar sobre o caso.”

A Rolling Stone “revisou os metadados associados às mensagens de texto e verificou a autenticidade delas, vinculando o remetente das mensagens a um número de telefone registrado sob Kathleen. Fora isso, em quatro dos seis casos, o linguajar das mensagens de texto corresponde exatamente ao visto nas postagens das contas falsas”.


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