ESTRAGO DOS GRANDES

Greve em Hollywood: Califórnia sofre prejuízo de R$ 14 bilhões em 100 dias

Todo tipo de trabalhador envolvido com a indústria do entretenimento é afetado
DIVULGAÇÃO/WGA
Manifestação de roteiristas nas ruas de Los Angeles
Manifestação de roteiristas nas ruas de Los Angeles

A greve dos roteiristas de Hollywood completou cem dias na última quarta-feira (9). E o prejuízo é colossal para o Estado da Califórnia, principal polo da indústria de entretenimento americana. A economia local sofreu um prejuízo de US$ 3 bilhões (R$ 14,6 bilhões) somente nesse período, de acordo com cálculo de Todd Holmes, professor especializado em entretenimento da universidade Cal State Northridge.

Em entrevista ao site do canal de finanças CNBC, Holmes comentou sobre o impacto severo que uma paralisação dessa magnitude, em setor tão massivo como é o entretenimento, provoca na dia a dia de uma região que depende dessa indústria.

“Muitas pessoas são atingidas por causa da greve”, pontuou o acadêmico. “E elas estão passando por adversidades sérias.”

Os roteiristas são as pessoas diretamente afetadas. Mas a cruzada de braços deles reverbera não somente em quem trabalha na gravação de uma atração, por exemplo. Com Hollywood parada, vários outros negócios sentem o baque, tipo restaurantes, lavanderias, transporte, etc.

Lee Ohanian, professor de economia da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), contou à CNBC que 20% da renda de Los Angeles e região vem de pessoas que trabalham com entretenimento, de forma direta ou indireta. 

Em números absolutos, cerca de 700 mil pessoas estão dentro do setor de entretenimento, cerca de 5% de toda mão-de-obra da Califórnia.

O futuro é sombrio, pelo andar das coisas. Porém, uma luz no fim do túnel surgiu. Nesta sexta-feira (11), o sindicato dos roteiristas (WGA) e a entidade patronal AMPTP, representante dos nove maiores estúdios hollywoodianos, vão se encontrar apenas pela segunda vez desde o início da greve, em 2 de maio. É a esperança de que um acordo seja feito para encerrar o imbróglio.

Caso o impasse continue meses a fio, a economia californiana vai sofrer ainda mais, com a perda podendo chegar a US$ 5 bilhões.

Timidamente, políticos entraram na arena, mas sem pisar no ringue. Talvez eles precisem assumir a bronca e lutar efetivamente pelo fim da greve. Mas, até agora, só deram declarações via imprensa. Os nomes em questão são a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom.

Tem um porém nesse cenário. Se de um lado a prefeita e o governador poderiam ser os defensores dos trabalhadores, apoiando os sindicatos, na outra ponta tem o detalhe de ambos terem recebido doações generosas de executivos dos conglomerados defendidos pela entidade patronal AMPTP. É preciso pisar nesse terreno com cuidado, sem ferir/magoar ambas as partes. Ou seja, fazer política.


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