[Atenção: texto com relatos de morte sensível, prossiga com cuidado. Spoilers a seguir]
O quinto episódio da série brasileira Fim (Globoplay), lançado nesta semana, mostra uma cena de suicídio sem um alerta prévio, ao contrário do que é recomendável. Em situações do tipo, a prática é colocar uma mensagem destacada, antes de tudo, avisando o telespectador que o capítulo em questão vai ter alguma encenação delicada de suicídio ou algo relacionado. Nem no final foi dado um recado, também comum, encorajando a pessoa que enfrenta caso de depressão parecido a procurar ajuda psicológica especializada.
A cena tem um tom romantizado, inclusive. O personagem Neto (David Junior) entrou em depressão após a morte súbita da mulher, Célia (Heloísa Jorge). Ele sofre alucinações, nas quais vê e conversa com o fantasma de Célia. Em uma dessas interações, ela pergunta: “Você quer dormir?”. E acrescenta: “Toma o remédio, vai te fazer bem.”
“Tem que deixar o bilhete à vista”, a moça complementa. Então, Neto enche a mão com dezenas de comprimidos do tal remédio, engole todos, toma água e deita na cama. Na cena seguinte, um dos amigos do marido de Célia, Silvio (Bruno Mazzeo), é avisado pelo filho que Neto foi encontrado morto. “Parece que ele se matou”, diz Inácio, o filho de Silvio.
Fim tem a classificação A18, indicando que não é para menores de 18 anos, deixando a entender que tem cenas com violência, uso de drogas e situações extremadas. Contudo, isso não a livra da necessidade de ter um alerta extra informando o público sobre um caso como esse, de suicídio, pois pode servir de gatilho.
Veja um contraponto atual, de outra série brasileira. O drama Últimas Férias (Star+), antes do quarto episódio, informa que ali “contém cenas que os espectadores podem considerar perturbadoras, incluindo imagens explícitas de violência (…) ou tentativa de suicídio”. E há ainda um complemento: “Se você ou alguém que você conhece estiver enfrentando um momento difícil, não hesite em procurar ajuda”. A classificação indicativa de Últimas Férias é A16.
Caso precise de ajuda psicológica, procure o CVV (Centro de Valorização da Vida). Telefone gratuito: 188. Site: https://www.cvv.org.br/
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