Atriz de Seinfeld multipremiada por interpretar a feminista revolucionária Elaine (Emmy, Globo de Ouro e dois SAG Awards), Julia Louis-Dreyfus teve de brigar para que sua personagem ganhasse o devido destaque naquela que é considerada a melhor sitcom de todos os tempos. O começo foi difícil, afinal Elaine era personagem nova na trama, nem no piloto (primeiro episódio) ela apareceu.
A veterana de 62 anos relembrou esse período da carreira, que a catapultou à fama em Hollywood, em entrevista ao site The Daily Beast. Julia comentou que Elaine vivia escanteada no início da comédia, sem qualquer visibilidade proeminente, sendo coadjuvante na vida dos personagens homens, lhe faltando uma jornada própria.
Ela teve de brigar com os criadores Larry David e Jerry Seinfeld (este colega de cena) para ter protagonismo dentro da série.
“Não vou mentir, no começo eu nem sempre tinha muito o que fazer em certos episódios”, contou. “E eu ia até Larry e Jerry várias vezes e dizia: ‘Ei, escrevam mais coisas para mim, preciso participar mais da série’. Fiz isso [cobrança] várias vezes. Daí eles foram lá me deram mais cenas.”
Ela observou que nunca se falou sobre questão de gênero nessa dinâmica, como se estivesse pedindo algo apenas por ser mulher, usando essa “carta” para ganhar destaque. “Nunca fiz uma abordagem por essa perspectiva de gênero. Apenas queria estar na frente das câmeras como todo mundo.”
“E eles não fizeram uma personagem [Elaine] para mim como se fosse uma mulher [convencional]”, continuou. “Eles criaram uma personagem para mim, não para [satisfazer] um gênero. Isso foi bom, acho que foi muito educativo de várias formas, seja pela perspectiva artística ou criativa.”
A exigência e insistência de Julia Louis-Dreyfus deu certo. Elaine se tornou uma das personagens mais importantes da história das séries (top 5), original e destruidora de estereótipos.
Em muitas cenas de Seinfeld (Netflix), Elaine concretizou coisas que a atriz comentou nessa entrevista, ao bater de frente com mulheres recatadas e conservadoras, pelo fato de ser progressista, sexualmente ativa e bem resolvida com sua vida de solteira.
Cercada de homens, Elaine era muito segura, sem nunca deixar de lado características onipresentes do feminino.
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