Na última sexta-feira (19), a Netflix estreou a série espanhola Silêncio, protagonizada por Arón Piper e com participação de Manu Ríos, ambos astros de Elite, uma das atrações mais longevas da gigante do streaming. Deixando a lasciva trama teen de lado, eles movem um suspense policial intrigante e polarizante ao mesmo tempo. Se pode atender ao desejo de alguns telespectadores interessados em narrativa desse tipo (por mais que não seja tão boa), outros tantos devem procurar algo melhor após ver os primeiros episódios.
Silêncio acompanha os passos de Sergio Ciscar (Piper), que sai da prisão seis anos depois de assassinar os pais quando ainda era menor. Enquanto estava preso, Sergio não disse uma palavra nem colaborou com a Justiça, então a motivação do crime e as intenções dele continuam sendo um mistério.
Agora, a jovem psiquiatra Ana Dussel (Almudena Amor) e sua equipe têm a missão de definir se ele representa um perigo para a sociedade, observando-o secretamente dia e noite, como se fosse um animal em uma jaula.
A ideia por trás desse experimento de Ana é entender realmente o que se passa com o assassino, que ela acredita ser um narcisista tóxico. E não tem plena certeza de que ele não irá cometer algo parecido novamente. Até o batimento cardíaco de Sergio é monitorado, junto com as câmeras instaladas no apartamento que ele herdou.
Daí cabe a pergunta: quem vai vigiar quem está vigiando? Entra em cena o inspetor Cabrera (Aitor Luna), encarregado de fiscalizar o trabalho de Ana. “Ninguém está vigiando você”, ele diz à psiquiatra. Isso porque o policial desconfia desse experimento.
Sim, Sergio fala. Ele conversa com Natanael (Ramiro Blas), um pastor especializado em trabalhar com ex-presidiários, convocado pelas autoridades para ajudar o assassino. Ao se aproximar do pregador evangélico, coincidentemente ou não, Sergio passa por outra enrascada. Uma pessoa próxima deles morre. Cabrera acha que Sergio tem ligação com tal morte.
Uma personagem-chave da história de Silêncio é Marta (Cristina Kovani), garota que tem intimidade com Sergio e demonstra ter sentimentos por ele, embora tenha um namorado, Eneko (Manu Ríos). Também vigiada por Ana, a jovem é atraída pela psiquiatra, que pensa em usar Marta para, de uma vez por todas, descobrir o que se passa com Sergio.
A série Silêncio é boa?
Silêncio se sustenta em obviedades, contando com algumas soluções sem explicações. A principal delas: como Ana conseguiu ter esse experimento bizarro aprovado? A questão central da narrativa é simples: Sergio é realmente um assassino sociopata… ou algo o levou a isso?
O silêncio do título da série é seletivo, no final das contas. Afinal, Sergio fala com o pastor, com Marta…
Quem passa dos primeiros episódios não deve criar tantas expectativas assim em relação à trama, para a decepção não ser tão grande no final. No fim, o telespectador pode ficar sem palavras (no pior dos sentidos).
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br