A espera está acabando. No próximo dia 12, Emily em Paris retorna com episódios inéditos da quarta temporada, a parte 2. Essa divisão, criticada por muitos fãs (com certa razão), não foi uma sacada de Darren Star, criador e showrunner da comédia. A ordem veio de cima: a Netflix pediu que fosse feito esse corte, algo aplicado em outras tantas produções da casa.
Assim, Star e equipe precisaram criar dois arcos narrativos, surgindo o “final de meio de temporada”, recurso tradicional da TV americana, tanto aberta quanto fechada. O problema foi que o público não curtiu muito a ideia de esperar quase um mês inteiro para ver a continuação da saga da marqueteira Emily Cooper (Lily Collins) na capital francesa, logo quando a coisa estava ficando boa.
Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, Star precisou adaptar a história da quarta temporada com esse intervalo, o que não ocorreu nas três levas anteriores.
“Quando a Netflix me pediu para dividir a temporada em duas partes, pensei: ‘Tudo bem, como posso criar um final de meio de temporada legal que tenha a cara de um final de temporada real?”, comentou, em entrevista ao site The Hollywood Reporter.
“Então, eu apenas direcionei todas as histórias para esquentarem e atingirem seu ponto de ebulição no final do episódio cinco. De certa forma, criativamente, foi útil, porque me deu um verdadeiro norte em termos de para onde estávamos indo e como essas histórias estavam todas colidindo e atingindo seus pontos de ruptura.”
Pelo menos um enrosco foi resolvido de vez: Emily e o chef Gabriel (Lucas Bravo) deram um passo decisivo para oficializar a relação amorosa. Até Star reconheceu que não dava mais para ficar enrolando esse vaivém.
“Acho que não poderíamos esperar mais”, confessou o showrunner. “Também foi uma decisão difícil para Emily tomar. Ela passou por todo um processo… E eu amo poder dar a eles dois um momento para aproveitar e encontrar/ter o romance que sempre sonharam. E eles conseguiram isso.”
Claro que pela frente não está um caminho suave sob um céu azul. A estrada é esburacada e sinuosa, como todo relacionamento é na vida real. Star imprimiu isso nessa interação do power couple.
“O curso do amor nunca é tranquilo. Acho que haverá obstáculos inesperados. Mas mais do que isso, acho que conforme eles realmente vão se conhecendo, eles se veem menos como fantasias um do outro. O período de paixão acabou. É sobre ser mais realista sobre quem eles são”, explicou o showrunner.
“Como qualquer relacionamento, você tem aquele período de fantasia romântica. Então, a ficha cai e surge a realidade. Acho que esse é o processo pelo qual eles estão passando. Isso não significa que eles vão se desapaixonar. Mas eles têm que confrontar as realidades de quem eles realmente são.”
Dito isso, a quarta temporada de Emily em Paris promete um diferencial importante. A protagonista vai explorar outros ares, cravando os pés em Roma, como parte de uma missão do trabalho.
Saiba como os novos episódios servem como homenagem a Audrey Hepburn, lenda absoluta do cinema mundial. •
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br