ANÁLISE

Emily em Paris comete mesmo erro de Grey’s Anatomy com Meredith

Comédia da Netflix mantém loop que encurralou protagonista do drama médico
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Lily Collins em Emily em Paris (à esq); Ellen Pompeo em Grey's Anatomy
Lily Collins em Emily em Paris (à esq); Ellen Pompeo em Grey's Anatomy

Por que a protagonista de Emily em Paris não pode ter um segundo de paz, no quesito romance? A série insiste em colocar a marqueteira Emily Cooper (Lily Collins) em situações instáveis no namoro, com um triângulo amoroso atrás do outro. Essa overdose de enroscos é um desserviço para a personagem, tal qual Grey’s Anatomy fez durante muito tempo com a cirurgiã geral Meredith Grey (Ellen Pompeo).

O que Emily Cooper precisa é de um tempo. A comédia da Netflix tem que parar de provocar confusões na vida amorosa de sua principal personagem. Dois caminhos poderiam ser tomados: deixa ela 100% solteira, pegando geral em Paris, ou a insere em uma jornada sem homens por perto, focada no trabalho e em outras atividades.

Certo é que, do jeito que está, não dá. Ao final da parte 1 da quarta temporada, parecia que Emily (finalmente) havia saído do loop que foi o triângulo amoroso com Alfie (Lucien Laviscount) e Gabriel (Lucas Bravo). Porém, a trama a puxou de volta para o rolo de outro triângulo, este com Gabriel e Camille (Camille Razat) nas outras pontas.

Daí, na parte 2 da quarta temporada, a dinâmica entre Emily-Gabriel-Camille só intensificou. E quando ela poderia tentar resolver de uma vez por todas sua situação com o chef, surgiu outro obstáculo pela frente: a nova contratada da Agência Grateau, Genevieve (Thalia Besson), que chegou cheia de talaricagem para furar o olho da compatriota colega de trabalho.

Ah, ainda tem o galã italiano Marcello (Eugenio Franceschini) que entrou no mix… Chegou a hora de dar um basta nisso. Se a série retornar para a quinta temporada, é necessário definir o que fazer com a vida amorosa de Emily. Ela já passou por poucas e boas, viveu todos tipos de momentos, bons e ruins. É possível fazer uma Emily em Paris agradável e divertida sem sua protagonista travada em uma vida amorosa caótica.

O drama médico Grey’s Anatomy “castigou” Meredith Grey com essa mesma “punição”. A cirurgiã não tinha sossego. Um homem brotava em seu caminho após o outro, muitos sem qualquer química. Até que, antes da 15ª temporada (2019), a atriz Ellen Pompeo falou a real em uma entrevista marcante, concedida ao site The Hollywood Reporter.

Ela criticou publicamente as decisões de sempre colocar um homem perto de Meredith. A cirurgiã era literalmente encurralada por pretendentes, sem nunca ter tido um período de reflexão e cuidado próprio, nem mesmo após a morte de seu grande amor, o eterno Derek Shepherd (Patrick Dempsey).

“A tinta da caneta sequer tinha secado, e eles [roteiristas] já armaram um novo romance para Meredith”, reclamou a atriz, exalando desconforto. “Eu não acreditei na rapidez da rede [ABC], que alucinadamente queria colocar um pênis [na vida da médica].”

Depois de se aventurar em romances totalmente sem graça, Meredith firmou relação com o também doutor Nick Marsh (Scott Speedman), o que aconteceu somente três temporadas depois da bronca de Ellen, na 18ª leva. Mesmo assim, ela nunca escondeu a frustração ao ver Meredith sempre quebrando a cara.

“De alguma forma, Meredith não consegue fazer com que uma relação amorosa dê certo. E isso após tanto tempo”, reclamou, no ano passado, em bate-papo histórico com Katherine Heigl, outro ícone do drama médico,

Grey’s Anatomy serve como exemplo do que Emily em Paris deve evitar fazer caso retorne para a quinta temporada.

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