O Prime Video acertou um belo home run com o reboot de Uma Equipe Muito Especial (1992), comédia que tem feito sucesso na plataforma, conquistando público e mídia. Tal resultado é totalmente diferente da primeira tentativa de adaptar o cultuado filme para a TV. Em 1993, a rede CBS pagou mico ao continuar a história do longa em uma versão televisiva desastrosa e constrangedora.
Na época, o filme Uma Equipe Muito Especial estava nas nuvens, quase que unanimemente ovacionado. A performance nas bilheterias foi sensacional, arrecadando o triplo do valor dispensado na produção. Geena Davis, Madonna e Tom Hanks ajudaram a elevar a cotação da película.
A Columbia Pictures, querendo pegar carona na glória atingida nos cinemas, resolveu criar uma versão diferente para a TV, usando como braço o estúdio TriStar Television. Algumas atrizes do elenco toparam reviver os respectivos personagens na série, mas o trio de ferro citado acima rejeitou a proposta (esse foi o primeiro strike).
Segundo strike: o caminho trilhado foi o da sitcom. A versão dos anos 1990 de Uma Equipe Muito Especial teve a boa intenção de entrar no povoado clube das comédias de situação, então em alta no ranking de audiência. Mas como diz o ditado, de boas intenções…
O terceiro strike é o que hoje podemos usar para definir o que é cringe. A atração ficou com cara de esquete tipo Zorra Total. Nada ali se parecia com a graciosidade e o humor afiado do filme. A série, com ou sem intenção, tirava sarro de si mesma, porém da pior forma possível. A pavorosa claque (risadas de fundo) só deixava o produto ainda mais intragável.
Cancelamento de Uma Equipe Muito Especial
As consequências do fiasco foram inevitáveis. A série foi cancelada após o terceiro episódio, retirada do ar abruptamente; seis haviam sido gravados até a tomada de decisão da CBS. Outros dois capítulos chegaram a entrar na programação da emissora, enquanto um nunca foi exibido.
Uma das maravilhas da internet é o resgate de coisas antigas da TV. Assim, quem quiser pode ver essa série como foi ao ar. No YouTube, é possível encontrar os episódios completos. A baixa qualidade da gravação, provavelmente oriunda de fita VHS, não atrapalha o entendimento da série.
Até é compreensível entender o motivo de se fazer uma atração conectada ao filme homônimo tão famoso. Após ver poucos minutos da série, dá para entender porque foi um desastre.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br