NA JUSTIÇA

Demissão e vacina: o caso de discriminação religiosa contra a Disney

Ator Rockmond Dunbar busca reparação após ser demitido da série 911
DIVULGAÇÃO/ABC
Rockmond Dunbar em cena da série 911
Rockmond Dunbar em cena da série 911

O caso do ator Rockmond Dunbar, da série 911, contra o grupo Disney vai à julgamento na Califórnia (EUA), decretou a juíza Dolly Gee, na última sexta-feira (8). Ele alega que foi demitido do drama socorrista, em novembro de 2021, por se negar a tomar vacina contra a Covid-19 por questões religiosas. Naquele período, estava em vigor um rigoroso protocolo sanitário contra o vírus letal, documento que não dava muita brecha para isenções.

A juíza autorizou o julgamento para que 20th Television, produtora de 911 e integrante do grupo Disney, responda no tribunal se praticou discriminação religiosa contra Dunbar ou não, isso pelo fato de não ter lhe dado a liberação que o tal protocolo permitia. A regra imposta em Hollywood abria exceção se qualquer profissional justificasse que não tomou a vacina contra a Covid por questões médicas ou religiosas.

O ponto central do julgamento é avaliar se o ator tem, realmente, uma crença religiosa genuína, com base em leis de direitos civis que condenam discriminação com base na raça, religião, gênero, entre outros fatores. A 20th Television contesta a sinceridade religiosa de Dunbar, que ficou sem receber US$ 1,3 milhão que restava de seu contrato.

Também será discutido se isso entrava em conflito com o mandato da vacina, além de averiguar se lhe foram oferecidas acomodações razoáveis permitindo que continuasse atuando na série sem colocar outras pessoas em perigo ou causar dificuldades indevidas para o estúdio.

Esse caso é importante porque pode gerar jurisprudência. Se for provado que a Disney, representada pela 20th Television, praticou discriminação religiosa, o verdicto afetará diretamente como os estúdios hollywoodianos vão lidar com isenções em protocolos sanitários no futuro.

Entre setembro de 2020 e maio de 2023, Hollywood implementou uma cartilha sanitária que permitiu a volta aos trabalhos em meio a pandemia de Covid-19. A vacina contra o vírus era obrigatória para todas as pessoas que trabalhavam na indústria de entretenimento americana, de operários a atores. Com raras exceções.

O rigor máximo se deu na chamada Zona A, onde a proximidade era inevitável: gravações das cenas de fato e trabalho nos bastidores com profissionais de maquiagem, figurino, etc.


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