
Cercada de muita expectativa, a segunda temporada de The Last of Us estreia no domingo (13), na HBO e na Max, após mais de dois anos sem episódios inéditos. Para a crítica especializada, o drama zumbi mantém a qualidade e segue aclamado. Mas as avaliações negativas chamam a atenção por apontarem problemas que podem prejudicar a série caso não sejam corrigidos.
Nos sites que compilam reviews de veículos de imprensa de língua inglesa, a segunda temporada de The Last of Us está muito bem posicionada, no mesmo patamar que a primeira:
- Metacritic: nota 83 (de 100); primeira temporada ganhou nota 84.
- Rotten Tomatoes: índice 92%; na primeira foi 96%.
O site Collider, por exemplo, exaltou o fato de The Last of Us não apenas ser a melhor série adaptada de um game, se consolidando agora como “uma das melhores temporadas da TV em 2025”. Para o Radio Times, a série acertou em, “mais do que nunca, expor o melhor e o pior dos nossos heróis, com os roteiristas mostrando lindamente como a moralidade deles é frágil em todos os tons de cinza.”
Sobressaem-se as análises mais favoráveis. É interessante, contudo, considerar as ponderações restritivas para equilibrar a visão da série, algo que pode servir de farol para a equipe criativa da atração reparar equívocos aqui e ali, endireitando a narrativa.
A jornalista Judy Berman, da revista Time, sinalizou que “The Last of Us corre risco de ser vítima do próprio sucesso”. Ela descreveu que, na continuação do drama, “os episódios são preenchidos com cenas prolongadas de batalhas de zumbis e sequências longas e silenciosas em que as pessoas exploram espaços maravilhosamente decadentes. Nesses momentos, é como se você estivesse assistindo a alguém jogando videogame.”
Richard Lawson, da Vanity Fair, enfatizou que “suspense e intriga abundam [na nova temporada], mas parece demais com uma mera aventura distópica de sobrevivência. Grande parte da graça, nuance e textura da primeira rodada de The Last of Us está ausente.”
Já Meghan O’Keefe, do site Decider, reconheceu haver coisas boas na temporada, culminando em um “mix de elementos” positivos e negativos. “No final das contas, a história parece um pouco incerta quanto à sua própria razão de ser.”
Outras considerações que valem ser usadas para reflexão:
- “A narrativa da segunda temporada é longa demais e decepcionante, já que pequenos trechos são introduzidos na história sem serem totalmente explicados” (USA Today).
- “A temporada tem um final frustrante” (Rolling Stone).
- “Os recursos narrativos e as escolhas feitas em termos de ritmo e posicionamento dos eventos principais não funcionam, acabando por não produzir o efeito impactante que os acontecimentos inegavelmente chocantes desta história deveriam proporcionar” (IGN).
A segunda temporada de The Last of Us dá início à adaptação do game The Last of Us 2; Craig Mazin, cocriador da versão televisiva, já deixou claro que será preciso múltiplas temporadas para concluir a narrativa do jogo. O gameplay é extenso: quem joga e somente se dedica à história principal, sem realizar missões paralelas, demora cerca de 24 horas para “zerar” (chegar ao fim). •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br