Série baseada em um dos games mais famosos do século 21, The Last of Us estreia neste domingo (15), na HBO e HBO Max, com a pressão de ser uma boa adaptação de um jogo eletrônico para a indústria hollywoodiana. Segundo avaliações prévias da crítica especializada, o projeto está aprovado. Chris Vognar, do jornal San Francisco Chronicle, foi quem resumiu melhor a pegada da atração: “[é] mais do que de uma boa adaptação de um game.”
Os jornalistas da mídia americana não fugiram de duas comparações inevitáveis: relacionar The Last of Us com outras séries baseadas em games e citar The Walking Dead, a última grande produção da TV sobre zumbis. Nessa brincadeira, a produção da HBO saiu bem na fita.
Vognar fez um reforço da análise dele, tentando sair um pouco desse ciclo comparativo ao afirmar: “Esta não é apenas uma adaptação inovadora de um game. É uma ótima série, ponto final.”
Muitos críticos tiveram cuidado em não exagerar nos elogios, em não se empolgar muito com a série. No site Metacritic, que compila reviews da imprensa de língua inglesa, The Last of Us ficou com a nota 83 (de 100). Na lista das séries mais bem avaliadas de 2022, por exemplo, o drama zumbi da HBO não ficaria nem entre os dez melhores (a líder foi Better Call Saul, nota 95).
Percebe-se, assim, um saudável equilíbrio na crítica. Uma questão abordada também com frequência é a violência da narrativa, não sendo indicada para todos os públicos. Daí, o modelo da HBO casa bem com a atração, de só lançar um episódio por semana. The Last of Us é densa demais para ser vista em uma maratona.
Apesar disso, o site TVLine deu uma nota A- para a série, classificada como “magistralmente tensa e profundamente emocional”. Para a publicação, “The Last of Us oferece toda a ação de roer as unhas que esperamos do gênero [tramas sobre zumbis], mas certifica-se de alicerçá-lo em autênticas emoções humanas também.”
A Rolling Stone traçou com detalhes a comparação com The Walking Dead, pontuando que The Last of Us é uma versão melhorada e refinada da série zumbi famosa, além de cravar que está chegando aí o próximo hit da HBO. “Isso não quer dizer que The Last of Us tenha a pretensão de ser uma produção erudita”, descreve a crítica. “Essencialmente, ela é uma The Walking Dead mais inteligente e muito melhor executada, com um elenco menor e mais forte.”
O experiente jornalista Brian Lowry, da CNN, fez uma ponderação interessante: “The Last of Us não é aquele escapismo leve não. O nível de violência não é para os fracos. Ainda assim, há uma humanidade genuína no vínculo que se forma entre Joel e Ellie [os protagonistas], que se desenvolve organicamente, de um encontro angustiante ao outro.”
Muitas resenhas fizeram afirmações categóricas: “Série magistral da HBO, The Last of Us é a melhor adaptação de game de todos os tempos” (The Daily Beast) ou “The Last of Us transcende a raiz que tem no mundo dos games” (TV Insider). James Poniewozik, do The New York Times, deu uma pisada no freio para segurar a onda:
“Não espere que The Last of Us seja para o gênero de séries apocalípticas zumbis o que The Sopranos é para os dramas de máfia ou The Wire para as séries policiais. Não é bem assim. Mas com um pingo de esperança e a vocação de rejeitar o niilismo, The Last of Us é interessante… e injeta um novo vigor nesse ramo.”
Conheça The Last of Us
A HBO almeja beliscar um pouco do sucesso do game The Last of Us, considerado um dos melhores já feitos e que vendeu mais de 20 milhões de cópias ao redor do planeta. São quase três anos de desenvolvimento da adaptação, ambientada nos Estados Unidos pós-apocalíptico.
A história se passa vinte anos após a civilização moderna ter sido destruída. Joel (Pedro Pascal), um sobrevivente experiente, é contratado para contrabandear Ellie (Bella Ramsey) para fora de uma zona de quarentena opressiva. O que começa como um pequeno trabalho logo se transforma em uma viagem brutal e dolorosa, pois os dois devem atravessar os EUA, dependendo um do outro para sobreviver. Ambos os protagonistas passaram por Game of Thrones.
Com um passado cheio de fracassos, Joel tem de cruzar uma América devastada pela pandemia enquanto protege Ellie, uma órfã de 14 anos que representa a última esperança da humanidade. A garota se depara com um planeta devastado e luta para equilibrar seu instinto de raiva e rebelião com a necessidade de conexão e pertencimento. Sem esquecer da nova realidade, pois ela é a chave para salvar o mundo.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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