FESTIVAL DE PELADÕES

Crítica: Rivais tem muito mais do que nudez e sexo para todos os gostos

É a Disney (quem diria?) colocando uma série cheia de sacanagem ao lado do Mickey Mouse
REPRODUÇÃO/DISNEY+
Rupert Campbell-Black em cena da série Rivais
Rupert Campbell-Black em cena da série Rivais

A série britânica Rivais tem tanta nudez e sexo, de todas as formas e para todos os gostos, que é inacreditável vê-la no streaming da Disney. A empresa, que chegou a ter duas plataformas para não misturar o Mickey Mouse com atrações adultas +18, disponibiliza uma trama tarada ao extremo, mas que é mais do que isso.

O choque se dá logo na primeira cena, para deixar claro ao telespectador o que virá na sequência: transa no banheiro de um avião, com a câmera focada em um bumbum masculino. Em Rivais (Disney+), a lascívia está por toda a parte. Quando os personagens não estão fazendo sexo, estão pensando nele.

E tem de tudo um pouco, de pegação gay a suruba, não esquecendo de um Papai Noel safado e partidinha de tênis sem roupa. Há também um cardápio de nudez variada, sejam homens ou mulheres, com exibição de costas, de frente… A censura é apenas moderada em certas cenas. 

Baseada em livro homônimo de Jilly Cooper, publicado pela primeira vez em 1988, a série Rivais não é apenas erotismo digno das madrugadas da Band. Existe uma trama envolvente, sobre o mundo televisivo do Reino Unido, que permeia o bacanal.

A (boa) narrativa de Rivais

Séries que falam sobre o mundo da TV são sempre bem-vindas, como o imperdível drama The Morning Show (Apple TV+), que desnuda esse universo pelo ponto de vista americano. Rivais é interessante por mergulhar no universo da TV britânica. Não muito diferente de qualquer outro lugar, na terra de reis e rainhas vale-tudo pela audiência.

As aventuras se passam em meados dos anos 1980. O lorde Tony Baddingham (David Tennant) comanda a Corinium, uma emissora independente que passa por um momento de prova, pois precisa renovar a concessão. Ele quer um programa para estourar a boca do balão e impressionar os burocratas responsáveis por aprovar ou não a renovação da franquia.

Ele traz dos Estados Unidos a produtora Cameron Cook (Nafessa Williams) e tira da rival BBC o ousado jornalista Declan O’Hara (Aidan Turner) para montarem um programa de entrevistas. Juntos, os dois precisam deixar as diferenças de lado, equilibrar qualidade jornalística com a busca pelo ibope, para colocar a Corinium no topo.

O rivais do título tem origem na rixa que Tony Baddingham, homem de origem humilde que construiu do nada um império televisivo, tem com o vizinho Rupert Campbell-Black (Alex Hassell), ex-esportista, político (deputado) e um aristocrata na essência, família com oito gerações na linhagem da nobreza.

Tony até tentou atrair várias vezes Rupert para o conselho administrativo da Corinium, o que daria prestígio para a emissora. Mas só acumulou rejeições. Como vingança, Tony quer que Declan desmascare o agora ministro do Esporte do Reino Unido ao vivo na TV, expondo todos os podres do nobre.

Sem escrúpulos, o executivo se aproveita de uma situação delicada vivida pela filha mais velha de Declan, Taggie (Bella Maclean), que foi assediada por Rupert durante uma festa; ele que também está na mira sedutora da mulher do apresentador, a atriz Maud (Victoria Smurfit).

O desejo de Declan é acabar com a raça de Rupert com as próprias mãos, porém Tony não mede esforços para canalizar esse ódio para o momento que ele vê como ideal, o de humilhar o aristocrata na frente de milhões de telespectadores, em uma entrevista puramente sensacionalista e vingativa.

Tudo pela audiência.

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