A segunda temporada de O Urso fez o improvável: é uma ameaça real à Succession (HBO), considerada a melhor série de 2023 até agora. Isso porque a comédia dramática superou a maldição da segunda leva de episódios, conseguindo ser bem melhor do que a primeira -já considerada muito boa. Tudo na atração masterchef é excelente, não tem erro.
O trunfo de O Urso em seu retorno (na quarta-feira, 23, no Star+) é aumentar o alcance da narrativa sem perder o foco central. O público vai conhecer muito mais sobre a vida dos personagens, seja sobre o protagonista Carmy (Jeremy Allen White) ou o coadjuvante Marcus (Lionel Boyce), sem esquecer da Sydney (Ayo Edebiri).
Não é fácil achar esse equilíbrio. Todos ali, de uma maneira ou de outra, vão ser destaque ao longo dos dez episódios. Assim, O Urso avança sua história com perícia, sem perder a direção ou pisar no freio.
Sai The Beef, entra The Bear (O Urso, em português). A saga dos personagens da comédia dramática é deixar o antigo restaurante “pé sujo” The Beef para trás, abraçando a missão árdua de construir um restaurante gourmet fino, batizado de The Bear.
O alicerce da segunda temporada é simples. Começa com o plano de reestruturação traçado e termina com a inauguração do estabelecimento novinho em folha. O recheio é o que importa, o que acontece entre o início e o fim dessa narrativa.
Cada um ali tem sua função. Carmy e Sydney assumem a responsabilidade de criar o menu do The Bear, enquanto administram cada detalhe do empreendimento, do material de construção adquirido aos talheres a serem usados.
Meio sem-querer-querendo, a irmã de Carmy, Sugar (Abby Elliott), assume o comando de gerente do projeto, ganhando o apelido carinhoso de “mãe” pelos funcionários, devido ao seu jeito linha dura e pacífico.
Uma dinâmica torna o serviço empolgante. O dinheiro achado nas latas de tomate [primeira temporada] não é suficiente. Por isso, o trio precisa de investimento. A decisão é procurar Cicero (Oliver Platt), que topa emprestar meio milhão de dólares, mas com condições: ele precisa receber a fortuna de volta em um ano e meio, caso contrário vai assumir a propriedade (que vale US$ 2 milhões).
Assim, o The Bear precisa correr contra o relógio e abrir o quanto antes. O trio chega a conclusão de que precisa inaugurar o restaurante em três meses para poder quitar a dívida a tempo.
A série mostra um pouco de tudo. É muito legal ver os testes realizados até chegar a um prato perfeito, com a combinação ideal de ingredientes e acompanhamentos. Tem também o processo burocrático que precisa ser cumprido para o restaurante receber a autorização de abertura. Fora a arte de elaborar o melhor modo de atender os clientes, tarefa assumida por Richie (Ebon Moss-Bachrach).
Nessa volta, O Urso não apenas mergulha ainda mais em Chicago, belo passeio pelas ruas da cidade ao lado de Sydney, mas também aterrissa na Europa, inserindo outro charme na trama. A produção eleva a qualidade técnica, de direção e fotografia, nessas investidas.
E não se preocupe: aquelas jogadas de câmeras caóticas e o plano-sequência presentes na primeira temporada estão firmes e fortes na segunda leva. Eis a característica que talvez seja o segredo do chef da série, não é mesmo?
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
Siga nas redes
Fale conosco
Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Você pode ajustar todas as configurações de cookies navegando pelas guias no lado esquerdo.
Cookies estritamente necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa ferramentas de terceiros, como Google Analytics, Google Adsense, entre outros, para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!