Líder de audiência no Prime Video, a série Detetive Alex Cross triunfa por apresentar uma estrutura de drama policial perfeita. Sem histórias paralelas vazias, a narrativa flui com eficácia, destacando apenas duas frentes, todas focadas no protagonista titular, interpretado com destreza por Aldis Hodge.
Dessa forma, cada um dos oito episódios se desenrola facilmente, afastando aquela sensação de marasmo e demora. O pé no acelerador mantém uma velocidade adequada para não perder tempo com futilidades. Mérito para o roteiro, que entrelaçou com equilíbrio essas duas histórias principais que envolvem o detetive.
Uma delas é pessoal. A primeira temporada se passa um ano após o detetive Alex Cross ter perdido a mulher, Maria (Chaunteé Schuler Irving), assassinada com um tiro no peito. Essa tragédia o atormenta dia a dia, algo que intensifica após ele cismar que alguma pessoa ligada à morte de Maria está na sua cola, isso por causa de algumas pistas do crime surgirem sem explicação aparente.
O caso abalou a psique do policial, encorajado a tirar licença do trabalho para reorganizar a mente, despedaçada desde o assassinato de Maria. Foi um ano inteiro lidando com comportamento agressivo, problemas de temperamento crescentes e resistência à terapia.
Nesse cenário, entra o segundo trilho da temporada. Mesmo virtualmente afastado da força, Cross é escalado para ajudar em um caso com potencial de manchar a imagem do governo político e da força policial de Washington, a capital dos Estados Unidos. Um ex-presidiário, conhecido pela militância social no movimento Black Lives Matter (Vidas Pretas Importam), é encontrado morto. Foi assassinato ou obra do acaso?
É isso que Cross, ao lado do parceiro John Sampson (Isaiah Mustafa) precisa descobrir. A resposta, porém, tem de casar com a visão que a sua chefe, Comandante Anderson (Jennifer Wigmore), tem sobre o crime. Não pode ser nada muito escandaloso que prejudique ainda mais a imagem da polícia.
Ou seja, Anderson quer encerrar logo a investigação, classificando esse falecimento como resultado de overdose. Entretanto, Cross enxerga que há motivações sinistras por trás do óbito. O detetive é motivado por uma determinação obsessiva de investigar as mentes de assassinos e vítimas, trabalhando incansavelmente para descobrir a verdade e levar os perpetradores à Justiça, mesmo que contrarie a ordem de superiores.
Detetive Alex Cross encaixou muito bem no catálogo do Prime Video. Os assinantes do streaming da Amazon estão acostumados com tramas dessa laia, tipo Reacher, A Lista Terminal e Jack Ryan, que misturam ação e investigação policial.
A série tem como base uma saga de 32 livros (o 33º será lançado no próximo dia 25, nos Estados Unidos). O primeiro volume da coleção best-seller assinada por James Patterson foi publicado em 1993.
Antes mesmo da estreia da primeira temporada, a segunda foi encomendada. •
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br