Série mais vista da última semana na Netflix, Cobra Kai chegou ao topo novamente com uma fórmula nada excepcional. A quinta temporada da atração derivada da franquia Karatê Kid, lançada na sexta-feira (9), é puro suco de obviedade e breguice… o que é maravilhoso! Às vezes é disso que precisamos: um entretenimento leve, simples e muito prazeroso de assistir.
A pessoa que tem o hábito de tentar adivinhar as reviravoltas de uma série se diverte com Cobra Kai. Os plot twists são tão evidentes que dá para vê-los a quilômetros de distância. E é engraçado quando você antevê determinada ação de um personagem e ele faz exatamente o que fora previsto.
Com episódios curtos em comparação a outras séries da Netflix, se estendo a pouco mais de 30 minutos cada, Cobra Kai provoca aquele sentimento de quero mais, ideal para as plataformas de streaming como a Netflix, levando o telespectador a devorar os episódios o quanto antes. Como a trama não é pesada, a maratona é suave.
Cobra Kai tipo Sessão da Tarde
Um clichê só é clichê por ser verdade. Desde a estreia, em 2018, a série ganhou o rótulo de ser uma produção tipo filme da Sessão da Tarde justamente por ser leve, bobinha e muitas vezes brega. A comparação, lembrada temporada após temporada, é válida e tem de ser ressaltada pelo aspecto positivo.
Não é à toa que a Sessão da Tarde, apesar de algumas especulações sobre o cancelamento na programação da Globo, segue firme no ar e com boa audiência. O mesmo vale para Cobra Kai, como comprovam os números recentes do ibope divulgados pela gigante do streaming.
Tudo na trama da quinta temporada é bem articulado para dar certo. Os perrengues nos núcleos familiares de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) são certeiros na injeção de problemáticas. Os romances e tretas entre os jovens funcionam perfeitamente.
E a cereja no bolo é o vilão Terry Silver (Thomas Ian Griffith), o responsável por colocar fogo na história. O ator defende esse personagem na unha e entrega uma atuação precisa.
O futuro de Cobra Kai ainda é incerto; a renovação para a sexta temporada não foi anunciada. Devido ao sucesso, dificilmente a Netflix vai cancelá-la. Se for pra acabar, uma temporada de despedida será anunciada.
Mas, evidentemente, a série tem gás para seguir em frente sem perder o fôlego. Só não pode esquecer de, nas possíveis temporadas vindouras, usar e abusar da cafonice e das lutas coreografadas pouco convincentes como se fossem do WWE. Em time que está ganhando não mexe.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br