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Crítica: Casa de Davi e o arrojo épico de história conhecida além da Bíblia

Drama religioso consegue se diferenciar de outras produções com o mesmo tema
DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO
Michael Iskander na pele de Davi na série Casa de Davi
Michael Iskander na pele de Davi na série Casa de Davi

O que difere a série Casa de Davi, disponível no Prime Video, de tantas outras produções, de filmes a novelas, sobre Davi, herói bíblico cuja história é conhecida até por quem nunca leu os livros sagrados? O novo drama do streaming da Amazon conseguiu achar uma identidade para se sobressair: imprimir um arrojo épico seguindo a cartilha de The Chosen.

Casa de Davi aposta na tradição judaica para narrar a jornada de Davi, de um simples garoto pastor de ovelhas a rei de Israel, não valendo apenas do que está relatado na Bíblia. Isso porque muitas produções, seja no cinema ou na TV, já fizeram encenações ao pé da letra dos versículos bíblicos sobre o “homem segundo o coração de Deus”.

O molho da nova série é justamente a contextualização dos textos inspirados, tal qual faz The Chosen ao destrinchar os Evangelhos na narrativa acerca da vida de Jesus Cristo e de seus discípulos.

Toda a dinâmica de Davi com a sua mãe vem de informações não bíblicas, por exemplo. Em nenhum momento a Bíblia menciona o nome da mãe do futuro rei. No caso, Nitzavet (Siir Tilif) é um nome oriundo da tradição judaica, a mesma que descreve detalhes de sua vida ao lado do filho e de Jessé (Louis Ferreira), que a teve como segunda mulher.

Ferramentas desse tipo são usadas para incrementar passagens bíblicas que Casa de Davi reproduz com fidelidade, vide o caso da rebeldia do rei Saul (Ali Suliman) contra Deus e a repreensão do profeta Samuel (Stephen Lang), como pode ser lido no 1º livro de Samuel, capítulo 15.

Tal ato culmina na escolha de Davi no lugar de Saul no posto de rei de Israel. Daí, cria-se um embate comumente visto em séries fantasiosas, de Game of Thrones a Os Anéis de Poder, de casas/famílias na disputa pelo poder. Casa de Davi não explora esse conflito sem querer, foi tudo armado de propósito para mostrar que a história de Davi é tão épica quanto religiosa.

Afinal, trata-se de um menino preterido no próprio lar, que toma uma atitude quase suicida de encarar um gigante imbatível, Golias (Martyn Ford, ator de 2,03 m de altura). Esse famosíssimo duelo é a prova de como a série faz boas aplicações de causos paralelos à Bíblia para retratar o que (praticamente) todo mundo sabe. É um confronto tão conhecido que “Davi contra Golias” é usado popularmente quando se quer falar de alguém fraco e subestimado que enfrenta forças maiores e mais poderosas.

No papel, um magricela cantor de Salmos, pastor de ovelhas e tocador de arpa não vingaria como herói de nenhuma série. Mas os contornos bíblicos dão à biografia de Davi um aspecto perfeito para ser abordado em um drama, pois ele, contra tudo e contra todos, supera obstáculo após obstáculo até chegar ao trono de Israel, marcar a humanidade e ser eternizado na bandeira do país.

Casa de Davi tem primeira temporada composta de oito episódios. Três já estão disponíveis no Prime Video. Um novo capítulo entra na plataforma toda quarta-feira, até 2 de abril.

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