DEATH BY LIGHTNING

Como um Relâmpago retrata a inacreditável história real de James Garfield

Minissérie foi produzida pelos criadores de Game of Thrones
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Michael Shannon na minissérie Como um Relâmpago
Michael Shannon na minissérie Como um Relâmpago

Terceira série produzida pelos criadores de Game of Thrones (David Benioff e D. B. Weiss) para a Netflix, após The Chair (2021) e O Problema dos 3 Corpos (2024), o true crime Como um Relâmpago retrata uma história real inacreditável: o assassinato de James Garfield, 20º presidente dos Estados Unidos, em 1881. O drama político estreou nesta quinta-feira (6) na gigante do streaming.

Baseada no livro Destiny of the Republic: A Tale of Madness, Medicine and the Murder of a President, de Candice Millard, a trama da minissérie encena fatos tão extraordinários que parecem ficção.

Garfield, um líder relutante, enfrentou um país em transição, ainda marcado pelas cicatrizes da Guerra Civil e prestes a ingressar em um novo século. Seu idealismo o colocou em choque com os vícios políticos da época e o transformou em alvo do homem que seria seu assassino, Charles Guiteau, um admirador obcecado que acreditava agir por um “propósito divino”.

Duas vezes indicado ao Oscar, Michael Shannon interpreta Garfield, enquanto Matthew Macfadyen (duas vezes vencedor de Emmy por Succession) vive Guiteau.

Para Mike Makowsky, criador de Como um Relâmpago, o tema da minissérie continua atual. “A corrupção política e o embate entre o interesse público e a ganância privada seguem tão presentes hoje quanto em 1881”, disse o roteirista, em entrevista à Netflix. “Garfield lutou pela reforma do serviço civil e pela moralização do governo, questões que ainda ecoam fortemente no cenário contemporâneo.”

A (inacreditável) história real de Como um Relâmpago

Visão democrática
James A. Garfield chegou à Presidência dos Estados Unidos assumindo a missão de cuidar do futuro da população preta do país, ainda sofrendo com as consequências de anos de escravidão. Ele acreditava que a educação seria o caminho mais eficaz para promover uma emancipação social e econômica.

Em seu discurso de posse, o republicano exaltou a transformação vivida pelo país após o fim da escravidão, descrevendo-a como “a mudança política mais importante desde a adoção da Constituição de 1787”.

Garfield via na conquista da cidadania plena pelas pessoas pretas não apenas um avanço moral, mas um passo essencial para fortalecer a própria democracia americana. Suas palavras refletiam a esperança de um país ainda em reconstrução após a Guerra Civil, marcado por tensões raciais e pela lenta integração dos ex-escravizados na vida pública.

Morte de James Garfield
Na manhã de 2 de julho de 1881, o presidente caminhava tranquilamente pela estação Baltimore and Potomac, em Washington, ao lado do secretário de Estado James Blaine, quando foi atingido por dois disparos nas costas.

Eram 9h20, e o líder americano se preparava para embarcar rumo a Massachusetts, onde apresentaria seus filhos à Williams College, a universidade onde havia estudado.

O autor dos tiros era Charles J. Guiteau, um homem de 39 anos conhecido na capital por seu comportamento instável e delírios de grandeza. Ele havia adquirido um revólver Bulldog calibre .44, escolhido, segundo contou, por acreditar que seria uma peça “impressionante” para exibição em um museu.

O ataque, no entanto, não matou Garfield de imediato. O projétil ficou alojado no pâncreas, e os médicos, incapazes de localizá-lo, submeteram o presidente a sucessivos procedimentos que apenas agravaram seu estado.

Após semanas de sofrimento e infecções generalizadas, Garfield morreu em 19 de setembro, em um quarto improvisado como enfermaria na cidade litorânea de Elberon, em Nova Jersey. Sua mulher, acometida de malária, acompanhava à distância o lento desfecho da tragédia.

Guiteau justificou o crime alegando ter sido movido por uma “inspiração divina”. Sentia-se injustiçado por não ter recebido do presidente o cargo diplomático que reivindicava e acreditava estar cumprindo uma missão de caráter político e religioso.

No dia em que Garfield morreu, escreveu uma carta ao sucessor, Chester A. Arthur, afirmando que sua ação fora “um ato de Deus” e que ele, Arthur, deveria reconhecer o gesto como uma bênção.

Julgado meses depois, Guiteau ouviu o veredito condenatório após apenas uma hora de deliberação do júri. Condenado à forca, subiu ao cadafalso em 30 de junho de 1882 ainda convencido de ter agido em nome do céu.

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