PIONEIRISMO

Coligay: história de torcida gay do Grêmio vira série no Canal Brasil

Torcedores quebraram barreiras em plena ditadura militar, no final dos anos 70
REPRODUÇÃO
Torcedores do Grêmio integrantes da Coligay
Torcedores do Grêmio integrantes da Coligay

O Canal Brasil adquiriu a série Coligay, sobre a história da primeira (e única) torcida gay organizada e identificada nos estádios de futebol no Brasil, nas competições masculinas. Com produção independente da Ventre Studio, a trama acompanha a jornada de torcedores da comunidade LGBTQIA+ do Grêmio que, no final dos anos 1970, fundaram a Coligay. Desde o seu fim, em 1983, nenhum outro grupo surgiu com força semelhante. Por enquanto, não há previsão de estreia da série.

Símbolo de coragem durante a ditadura militar no Brasil, a Coligay demonstrava todo seu apoio ao Grêmio, um dos times de futebol mais populares do Rio Grande do Sul. Naquela época, o regime seguia firme nas ações de detenção, tortura e morte de dissidentes.

Os integrantes da Coligay entravam com bandeiras identificadas no Estádio Olímpico e entoavam cantos com total liberdade e destaque. Algo que, atualmente, é bastante raro acontecer.

“Enfrentando o preconceito, eles promoveram a inclusão e quebraram tabus, chamando a atenção da mídia e até aprendendo caratê para defesa pessoal. Apesar da hostilidade inicial, a Coligay cresceu para mais de 200 membros, organizando eventos e apoiando o Grêmio em todo o país”, diz comunicado sobre a série.

O nome Coligay deriva da combinação das palavras “colorido” e “gay“, refletindo a identidade e o orgulho do grupo. A torcida se destacou desde o início por suas características únicas: integrantes vestiam roupas coloridas e frequentemente utilizavam maquiagem, elementos que não eram comuns em torcidas de futebol na época.

Fora isso, suas músicas e coreografias festivas chamavam a atenção nos estádios, contribuindo para uma atmosfera vibrante durante os jogos do Grêmio.

A Coligay causou um impacto além das arquibancadas. Eles foram pioneiros na luta contra a homofobia no futebol, abrindo caminho para uma maior aceitação e visibilidade da comunidade LGBTQIA+ nos estádios. Seu legado é lembrado até hoje como um exemplo de resistência e inovação no esporte.

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