CONTATOS SOBRENATURAIS

Cinco motivos que fazem de Evil uma das melhores séries do século 21

Últimos episódios do drama entram no Globoplay nesta terça (3)
DIVULGAÇÃO/PARAMOUNT
Mike Colter (à esq.), Katja Herbers e Aasif Mandvi em Evil
Mike Colter (à esq.), Katja Herbers e Aasif Mandvi em Evil

Os últimos quatro episódios de Evil entram no Globoplay nesta terça-feira (3). É a conclusão de uma das melhores séries do século 21, que atingiu a excelência misturando ciência, psicologia e religião em uma trama inteligente. Abordando de perguntas filosóficas básicas a dúvidas sobre porque existimos, o drama se sobressaiu por nunca adotar um tom professoral nem moralmente doutrinador. Tudo foi deixado para o público analisar, refletir e chegar às próprias conclusões.

Para celebrar essa jornada de Evil (que tem brecha para ser ressuscitada, registra-se), o Diário de Séries elenca cinco motivos que fazem essa série ser uma das melhores de sua geração. Confira:

Ciência + religião + psicologia

A base de Evil é uma junção explosiva. Cada um dos três protagonistas representam a ciência/objetividade, a fé e o pensamento racional. Lideram a história o padre David Acosta (Mike Colter), o especialista em tecnologia Ben Shakir (Aasif Mandvi) e a psicóloga Kristen Bouchard (Katja Herbers).

Eles trabalham para a Igreja Católica, escalados como “assessores” que investigam supostas manifestações sobrenaturais. Nesses trabalhos, os personagens oferecem suas respectivas visões sobre o caso em questão, criando assim uma excelente dinâmica acerca de tais eventos.

Se em uma ponta está um homem fincado na fé e na outra um dedicado à exatidão, a mulher que usa a carta da razão fica no centro, pendendo às vezes para um lado ou para o outro.

Enquanto procura respeitar essas três correntes de pensamento, Evil não deixa de cutucar a Igreja Católica, acrescentando assim uma pitada de ironia nesse caldeirão. Tópicos como escândalos por trás do altar, estrutura patriarcal e histórico de não aceitação do cuidado com a saúde mental são destrinchados pela série ao longo dos episódios.

O que está no centro da narrativa é justamente o fato de a religião, muitas vezes, rotular distúrbios psicológicos e afins como possessões demoníacas.

Debates filosóficos

Evil tem a virtude de discutir temas filosóficos casualmente. São questões que todos, de alguma forma, temos ao longo da vida. O legal é que isso pega o espectador de surpresa. Bem no meio de uma investigação, por exemplo, surgem problemáticas complexas, estilo a pergunta “O que é a vida?”, sempre disparada pelo apresentador Antônio Abujamra (1932-2015) aos seus entrevistados no antigo programa Provocações, da TV Cultura.

A quarta temporada tem um exemplo claro desse tipo de reflexão que Evil oferece. Um site chama a atenção por mostrar pessoas iguais a você, como um clone, que vive uma vida completamente diferente da sua. Isso culmina no pensamento que invariavelmente todos têm, aquele de que a vida poderia ser outra caso fosse tomada uma decisão diferente em uma encruzilhada importante do passado.

Evil vai durar para sempre por esse aspecto. Os assuntos explorados nos episódios são universais e atemporais, com o trio de protagonistas nunca oferecendo uma resposta 100% certa sobre alguma coisa. A dúvida reina.

Clima filme de terror B

No curso de inúmeras investigações, o padre, o gênio da tecnologia e a psicóloga se deparam com assombrações distintas, manifestações sobrenaturais e demônios (muitos demônios). Até pela questão do orçamento, sem ter muito dinheiro para investir nessa área, a série tem um clima gostoso dos filmes de terror alternativo, nos quais a criatividade precisa imperar para superar o aperto financeiro ao retratar o mal. O resultado disso é excelente.

Demônios comédia

Outro ponto forte é como Evil optou por mostrar os demônios. Todos são pura comédia, soltando comentários ácidos sobre a religião, principalmente. Viciados em doces, essas criaturas infernais agregam muito valor para a trama, por esse traço satírico sagaz que faz da série ter essa característica única. O público torce para um demônio aparecer para soltar altas risadas.

Investigações sortidas

A pegada de Evil é procedural: estrutura que apresenta um caso por episódio. São 50, no total, por isso foi necessário ter todo tipo de investigação sobrenatural, das mais simples às esdrúxulas.

Tem desde “maldições” tradicionais, como vender a alma para o diabo, a “possessões” em aparelhos modernos e coisas da mais nova tecnologia, tipo um chat de inteligência artificial que permite uma conversa com os mortos e foi “tomado” por um espírito das trevas. Tanta variedade deixa a série fresquinha, não cansando o telespectador.

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