No próximo dia 31, o Globoplay perde uma ótima série: o elogiado drama UnReal será removido da plataforma. Composta de quatro temporadas, no ar de 2015 a 2018, a atração revela os bastidores de um reality show de namoro, confirmando teorias conspiratórias de que é tudo armado. Vale ver pela primeira vez ou rever essa produção imprescindível.
Fique certo que sua percepção de qualquer tipo de reality show vai mudar após assistir UnReal. Pode haver algum exagero na construção das histórias ali contadas, mas não são mentiras.
Uma das criadoras da narrativa, Sarah Gertrude Shapiro, trabalhou como produtora em The Bachelor, o reality famoso que serviu de inspiração para a série. Ela usou a própria experiência ao desenvolver personagens e tramas.
Confira abaixo cinco motivos para ver UnReal, no Globoplay:
Reality show armado
Sabe aquela sensação de que os realities shows não passam de armação, que não tem nada de espontâneo? UnReal está aí para expor como um programa desse tipo pode ser manipulado. Curiosidade: no Brasil, a RedeTV! fez uma edição de The Bachelor (2017), e a vencedora processou a emissora afirmando que o programa foi uma mentira.
No centro do enredo de UnReal está o reality de namoro Everlasting, que apesar da popularidade corre risco. A responsabilidade está nas costas da executiva Quinn King (Constance Zimmer). Ela usa a produtora Rachel Goldberg (Shiri Appleby), de volta ao programa, para provocar as maiores confusões possíveis. Tudo pela audiência.
Rachel tem inúmeros problemas pessoais, mas no trabalho ela é gênio, por mais que a habilidade dela seja provocar rixas entre as participantes, arruinar um romance sem apelo e fazer o parquinho pegar fogo. A produtora intervém no andamento do reality, chutando o balde sem dó, apenas mirando na máquina do ibope. Quanto maior a confusão na tela, maior a audiência.
Festival de barracos
UnReal é um verdadeiro banquete para quem adora um bom barraco na TV. Casos de Família e afins não são nada perto da série, que é perita e cirúrgica na armação de brigas e discussões.
Rachel procura saber cada detalhe da personalidade das participantes de olho no solteirão da vez e, explorando o ponto fraco de cada uma, cria os barracos. Ela cochicha no ouvido de uma que a outra anda falando mal dela, inventa histórias para criar atrito e até abre espaço para atitudes preconceituosas das concorrentes. A finalidade é a intriga, nascedouro de barracos de todos os tipos.
Só tem boas histórias
Paralelo à história principal, UnReal apresenta outras tantas tramas interessantes. A da própria Rachel é impactante, por ela carregar problemas de cunho pessoal bem graves. A executiva Quinn tem lá seus perrengues, com destaque à luta para manter o emprego em Everlasting.
Rola também um mergulho nos bastidores da TV, sobre o que fazer para manter um programa popular no ar. As trajetórias de vida das participantes também são envolventes. Como em um reality “real”, cada uma vem de uma origem diferente, carregando bagagens peculiares, como lugar de onde veio, profissão atual e o que pensa da vida em sociedade.
Jogos morais
Na era dos personagens anti-heróis, Rachel e Quinn estão na corrida por um lugar no pódio. As motivações de ambas dão um nó na cabeça de quem gosta de analisar o valor moral de personagens, pois emulam algumas circunstâncias da realidade. São os jogos morais nos bastidores de um reality de namoro.
Se a profissão de Rachel é fazer um bom programa de TV, onde fica a linha que não deve ser ultrapassada quando o assunto é intervir sensivelmente na vida de uma participante? Se ela entregar uma boa edição do reality, valeu ser completamente antiética? Quinn vive conjuntura similar. UnReal propõe um debate sobre o que é certo e errado.
Pessoas são peças de xadrez
Teste ver UnReal como se o cenário da série fosse um tabuleiro de xadrez e os personagens, peças. Lembrando do detalhe que não são apenas Rachel e Quinn presentes no jogo. As participantes também se tocam que tudo é armado e, as mais espertas, movem as peças no tabuleiro procurando tirar vantagem.
Se Rachel e Quinn querem o ibope nas alturas, quem está participando do reality deseja mesmo é a fama. Para tanto, vale tudo também. Resta ver quem vai levar a melhor no final.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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