DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO
Erana James na segunda temporada de The Wilds
O cancelamento de The Wilds, confirmado na última quinta-feira (28), trata-se de um erro estratégico do Prime Video. Sucesso inesperado na virada de 2020 para 2021, a série acumulou bons números de audiência carregada por um público majoritariamente feminino. Ao tentar atrair jovens homens para a segunda temporada, a história se perdeu. E a atração entrou no ostracismo.
Desde quando começou a investir em séries originais, em meados da década passada, o Prime Video traçou o objetivo de conquistar o sempre apaixonado público jovem adulto. The Wilds foi a primeira produção voltada a esse nicho e provou ser um acerto.
A proposta da narrativa pegou de jeito. Um grupo de adolescentes precisa superar adversidades para sobreviver em uma ilha deserta após um acidente de avião (é o que elas acreditam). Na verdade, as jovens não estão ali por um acaso: fazem parte de um experimento social.
Oito garotas, cada uma com passado e personalidades diferentes das outras, precisam buscar o equilíbrio para encarar a situação fora do comum. Isso causou boas dinâmicas, rendeu ótimas histórias e culminou em uma série envolvente.
Para a segunda temporada, o mesmo modelo foi copiado, mas com meninos passando pelo “acidente” de avião. A história das adolescentes corria em paralelo. Daí, The Wilds perdeu a identidade e ficou muito desigual. Toda a apresentação dos novos personagens deixou a desejar, e o que realmente importava, as jornadas das garotas, entrou em um segundo plano.
Audiência inexpressiva e sem sequer chegar minimamente perto do impacto da temporada de estreia, a segunda leva de episódios afundou The Wilds.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br