Lançado em agosto no Prime Video, o drama criminal Cangaço Novo chamou tanta atenção que ganhou lugar cativo nas discussões sobre qual é a melhor série brasileira de todos os tempos. Em parte, isso se deve pela qualidade, das cenas de ação à fotografia, que realmente se destaca em comparação com as demais feitas em território nacional. Saiba, contudo, que deu muito trabalho para finalizar tudo aquilo.
A produtora carioca O2 Filmes, que fez Cangaço Novo em parceria com o Prime Video, abriu as cortinas e revelou o que rolou nos bastidores da série. Logo de cara, é importante situar que as gravações foram em plena pandemia, o que aumentou os custos e dificultou o andamento do trabalho, devido aos protocolos sanitários.
Foram usadas quatro câmeras com a tecnologia 8k, resultando em imagens ricas em detalhes e cristalinas. Depois de ter em mãos todas as cenas gravadas, a maioria realizadas na Paraíba, a equipe de pós-produção ficou um ano trabalhando nas imagens até chegar no produto final.
Cerca de 90 profissionais da O2 se dedicaram diretamente aos efeitos visuais, aqueles gerados digitalmente. Foram executados 735 itens de efeitos visuais e realizados 176 shots de muzzle flash (pequena explosão de luz que acontece quando uma arma é disparada)
Nas cenas de tiroteios, os atores utilizaram armas de airsoft durante as gravações, para melhor resultado de atuação e efeito, e as imagens foram finalizadas na pós.
Os efeitos visuais da série, como as explosões, tiros e acidentes de carro, são uma mistura de imagens reais com a pós-produção. Todas as passagens foram cuidadosamente desenhadas quadro a quadro na pré-produção, em computação gráfica, antes de serem levadas ao set.
Outras técnicas utilizadas pela O2 Pós em Cangaço Novo foram efeitos invisíveis, em 3D, chroma key, efeitos de tiros, aplicação de sangue e machucados, extensão de set, correção e limpeza de detalhes e multiplicação de pessoas.
“Todas as cenas têm um pouco de efeito, mas o mais invisível, fino e delicado possível. Queríamos que as pessoas assistissem à série e não os percebessem. Como a multiplicação de pessoas, as extensões de cenários e os retoques, por exemplo. São pequenos detalhes que passam imperceptíveis, mas ajudam a dar realidade para a produção”, declarou Saulo Silva, supervisor de VFX da O2 Pós.
“Focamos em misturar efeitos práticos com efeitos visuais para trazer realismo para a série. Por exemplo, na sequência da igreja pegando fogo, no final do último episódio, foram adicionados elementos para complementar o fogo filmado. Como os dois estão muito próximos, o público não consegue distinguir o que é real e o que não é”, explica Felipe Nascimento, supervisor de VFX da O2 Pós
Veja um pouco desse trabalho no vídeo abaixo, com as “cenas cruas”, do antes, e as mesmas com os efeitos vistos nos episódios finalizados:
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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