
A Netflix lança, na sexta-feira (16), a série Warrior, que faz parte do pacote adquirido junto ao grupo Warner Bros. Discovery. Exibida entre 2019 e 2023 e disponível na HBO Max, o drama criminal de época tem como base escritos de Bruce Lee, ícone das artes marciais, datados de 1971. Naquela época, ele tentou emplacar a atração em Hollywood, mas não conseguiu. Quase meio século depois Shannon Lee, única filha viva do ator e lutador, resgatou o projeto.
Pouco antes de morrer, Bruce Lee chegou a conversar com a Warner Bros. e Paramount sobre a possibilidade de fazer a tal série, batizada de The Warrior. Embora tenham gostado da premissa, os executivos não acreditavam na ideia de ter o próprio Lee como protagonista (por causa de seu sotaque) e deram o sinal vermelho.
Acontece que, não por coincidência, a Warner estreou, em 1972, a popular série Kung Fu, estrelada por um ator branco, David Carradine. Por a base da história ser praticamente idêntica, a família de Lee afirmou que a Warner roubou a ideia de seu patriarca e nunca lhe deu o devido crédito merecido.
Mas o mundo gira… Em 2019, o canal Cinemax, do grupo Warner, adquire os direitos de televisão da série Warrior, feita pelo estúdio Bruce Lee Entertainment e com a participação direta de Shannon Lee na função de produtora-executiva. Foi ela quem achou os escritos do pai depois de tanto tempo e decidiu liderar o processo de desenvolvimento. Bruce Lee é creditado antes de cada episódio, sempre no final da vinheta de abertura.
Ambientada durante as Guerras Tong no final da década de 1870, em São Francisco, Warrior acompanha a jornada de Ah Sahm (Andrew Koji), um prodígio das artes marciais que emigra da China em busca de sua irmã, apenas para ser vendido a uma das organizações criminosas mais poderosas de Chinatown.
A série tem uma narrativa interessante que sustenta a atração. Porém, o que chama a atenção mesmo são as lutas, constantes em todos os episódios, o que com certeza deixaria Bruce Lee contente. O kung fu é a base de tudo, mas seguindo as pegadas do mestre, há uma mistura de várias artes marciais nos embates de tirar o fôlego. Esse trabalho rendeu uma indicação ao Emmy, em 2021, na categoria de melhor coordenação de dublês.
Outro ponto forte da série não tem, necessariamente, ligação direta com a história. A vinheta de abertura é um espetáculo, uma das melhores deste século, sem dúvida. O visual é belo e excitante, preparando o telespectador ao que está por vir. A obra também foi lembrada no Emmy, indicada à categoria de melhor vinheta de abertura na premiação de 2019.
Veja a vinheta de abertura de Warrior:
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br