BRONCA

Ator de Gilmore Girls recebe mixaria da Netflix e reclama: ‘Partilhe a fortuna’

Sean Gunn participou de piquete em frente à sede da gigante do streaming, em Los Angeles
DIVULGAÇÃO/WARNER
Sean Gunn em cena da série Gilmore Girls
Sean Gunn em cena da série Gilmore Girls

O primeiro dia da greve dos atores de Hollywood foi marcado por uma multidão reunida bem em frente à sede da Netflix, em Los Angeles, na última sexta-feira (14). Entre os participantes do piquete estava Sean Gunn, ator conhecido por atuar em Gilmore Girls e na continuação da série, Gilmore Girls: Um Ano para Recordar. Ele esteve ali protestando diretamente contra a gigante do streaming, alegando receber mixaria enquanto a empresa lucra milhões com o drama popular.

Intérprete de Kirk Gleason, o ator de 49 anos fez um desabafo em entrevista ao site The Hollywood Reporter. Ele enfatizou a questão dos residuais, tão discutida na mesa de negociação entre o sindicato dos atores (SAG) e a entidade patronal que representa os estúdios (AMPTP). Residual é o dinheiro que streamings e estúdios pagam aos atores pelo direito de imagem por exibirem atrações nas quais aparecem.

“Eu fiz parte de um programa de televisão chamado Gilmore Girls por longo tempo, série que trouxe grandes lucros para a Netflix”, disse Gunn. “É um dos programas mais populares [na Netflix], transmitido repetidamente. Mas não ganho quase nada disso”. Gunn atuou em mais de cem episódios da Gilmore Girls (2000-2007) original e em três de Um Ano Para Recomeçar (2016).

Ele chamou a atenção para o fato de os chefões da Netflix receberem dezenas de milhões de dólares anualmente enquanto isso. “Não entendo por que eles não podem diminuir o valor do bônus e partilhar a fortuna com as pessoas que criaram o conteúdo que os enriquecem”, disparou. “É preciso rever esse modelo de negócios e dividir a riqueza. Caso contrário, tudo isso vai desmoronar um dia.”

Vale registrar o seguinte. Os residuais da Gilmore Girls original não necessariamente vem direto da Netflix, mas sim da Warner Bros. Discovery, a dona da série. Já o revival Um Ano Para Recomeçar é da Netflix neste momento, mas foi feita pela Warner. A gigante do streaming pode não ter 100% da culpa na reclamação de Sean Gunn, porém tem parcela de responsabilidade sim.

Essa bronca vem dias após atrizes de Orange Is the New Black detonarem a Netflix com base na mesma situação. Em entrevista ao site The New Yorker, dez delas reclamaram do dinheiro que ganham da gigante do streaming. Algumas desse grupo tiveram papéis de destaque na narrativa.

As atrizes disseram que, durante as gravações da série, recebiam apenas o salário mínimo possível da categoria. E falaram da merreca embolsada oriunda dos residuais. Uma chegou a receber só US$ 20; outra mostrou o comprovante de recebimento para provar que não estava brincando: US$ 27,30 de residuais.


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