O ano de 2024 proporcionou aos fãs de séries atuações magistrais, como a de Cristin Milioti em Pinguim e de Gabriel Leone em Senna. Mas nada supera a jornada de Jeremy Renner, astro de Mayor of Kingstown que literalmente venceu a morte para voltar aos trabalhos e chutar uns traseiros no drama criminal do Paramount+.
Entre essas e outras, o Diário de Séries selecionou as dez melhores atuações nas séries de 2024. Foram consideradas apenas atrações exibidas e disponíveis em território brasileiro, de 1º de janeiro até 12 de dezembro. Confira:
Aldis Hodge (Detetive Alex Cross) Com atuações marcantes no circuito do cinema independente americano, e também protagonizando séries fora do radar, tipo City on a Hill, Aldis Hodge se revelou para o mainstream aos 38 anos, devido à sua atuação impecável em Detetive Alex Cross, no Prime Video.
Hodge encarnou com fina perfeição o detetive titular da trama, personagem clássico da literatura americana. O ator foi cirúrgico na pele de um detetive talentoso e especial, mas que também tem falhas comportamentais que ameaçam seu emprego. Isso sem contar os problemas pessoais que enfrenta. Tudo isso foi transmitido com exatidão ao telespectador.
Anna Sawai (Xógum: A Gloriosa Saga do Japão) Graciosa, Anna Sawai foi magnífica em Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (Disney+), série considerada uma das melhores (talvez a melhor) de 2024. Ela encantou na pele de Toda Mariko, mulher inteligente e convertida ao catolicismo que serve como tradutora do marinheiro John Blackthorne (Cosmo Jarvis), personagem central da narrativa.
Até o momento, Anna ganhou três prêmios por Xógum, incluindo o Emmy de melhor atriz protagonista de drama. Deve vir mais por aí no circuito de premiações de 2025, nas cerimônias do Globo de Ouro, Critics Choice e SAG Awards.
Cristin Milioti (Pinguim) Usada muitas vezes sem critério, a expressão “roubar a cena” serve perfeitamente para rotular a atuação de Cristin Milioti em Pinguim, minissérie da HBO. Ela, até então sem um trabalho de prestígio na carreira, ofuscou o protagonismo de Colin Farrell.
A cada tomada, Cristin demonstrou comprometimento ímpar, uma versatilidade admirável. E ela ganhou um episódio inteiro para demonstrar o seu talento, aquele que pode ser a chave para conquistar os principais prêmios da TV. No capítulo Cent’anni, o quarto, se deu o show da atriz, interpretando a origem de sua personagem. Em cenas que vão de ingenuidade desesperadora a surtos brutais de violência, Cristin consolidou seu lugar na lista das melhores atuações da temporada.
Tanto no Globo de Ouro quanto no Critics Choice, ela está na disputa das categorias de melhor atriz protagonista de minissérie, ao lado de nomes do nível de Cate Blanchett (Disclaimer), Jodie Foster (True Detective: Terra Noturna) e Naomi Watts (Feud: Capote vs. The Swans).
Delfina Chaves (Máxima) A ótima série Máxima, sobre o mundo da realeza holandesa na contemporaneidade, só conquistou prestígio por causa de Delfina Chaves, atriz argentina que praticamente se confundiu com sua personagem, a bancária argentina Máxima Zorreguieta que acabou se tornando a rainha consorte dos Países Baixos, casada com o rei Willem-Alexander.
Máxima, disponível no streaming Max, retrata quase um conto de fadas clássico, do príncipe herdeiro do trono apaixonado por uma plebeia. Essa perspectiva é muito bem destrinchada pelo ponto de vista da protagonista, que precisou vencer diversos obstáculos preconceituosos até se firmar na corte holandesa, se tornando bastante popular.
Gabriel Leone (Senna) A minissérie Senna, que chegou a ser a mais vista em todo o mundo entre as atrações de língua não inglesa na Netflix, foi alvo de muitas críticas negativas. Uma pessoa saiu ilesa desses ataques: Gabriel Leone.
E com toda a razão. O ator brasileiro encantou por conseguir interpretar o ator Ayrton Senna com primor, sem imitações ou caricaturas. Ele pegou até o jeito de andar do piloto, assim como o seu olhar e a entonação de quando precisava falar inglês. Carioca, Leone ficou um ano inteiro só usando o sotaque paulistano para dar veracidade à sua atuação em Senna. E deu tudo muito certo.
Guillermo Francella (Meu Querido Zelador) Aqui vai mais uma menção à Argentina. O ator Guillermo Francella foi novamente brilhante na terceira temporada de Meu Querido Zelador (Disney+), na pele do trambiqueiro zelador Eliseo, sempre atrás de uma nova empreitada para se dar bem.
Como Eliseo é praticamente um anti-herói, Francella precisou mostrar as duas faces de seu personagem, a da vilania e a de boa-praça, para ser aquele sujeito acima de qualquer suspeita. Mas, como seus rivais zeladores sabem bem, Eliseo não é flor que se cheire (é carnívora).
Irene Maiorino (My Brilliant Friend) Foi uma pena ver que My Brilliant Friend entregou uma temporada final irregular, destoando do restante da série estupenda da HBO, pura arte na TV. Nessa leva derradeira, que contou com mudança completa no elenco, o ponto alto, sem dúvida, foi o trabalho de Irene Maiorino.
Ela recebeu a missão de viver a madura Lila e ficou absurdamente parecida com Gaia Girace, a Lila das temporadas dois e três, parecendo ser, de fato, a versão mais velha da jovem atriz. A combinação da fisionomia com o jeito de falar resultou em uma atuação espetacular.
Jeremy Renner (Mayor of Kingstown) Nunca é demais enfatizar isto: Jeremy Renner quase morreu, segundo seu próprio depoimento e avaliação de médicos. Ele é um milagre vivo após sofrer um grave acidente, em 1º de janeiro de 2023. Um ano depois, ele estava reaprendendo a andar quando voltou ao set de Mayor of Kingstown (Paramount+) para gravar a terceira temporada do drama criminal.
E seu retorno foi triunfal, sem fugir de cenas de ação ou que exigissem grande esforço físico. Renner é digno de todos os aplausos possíveis pela perseverança, lição de vida e profissionalismo.
Robert Downey Jr. (O Simpatizante) A ideia é genial por trás dos quatro personagens que Robert Downey Jr. viveu em O Simpatizante (HBO). Esse suspense de espionagem apresenta uma sátira sobre a Guerra do Vietnã (1955-1975) pelo olhar de um agente comunista franco-vietnamita, chamado de O Capitão (vivido por Hoa Xuande), que acabou exilado nos Estados Unidos. Então, Robert Downey Jr. entra em cena.
O ator americano interpretou um agente da CIA, um professor, um político e um cineasta. A sacada de ter a mesma face nesses personagens é zombar do modo absurdo e jeito arrogante de um homem branco americano mediano. É como se, pelo olhar do Capitão, os quatro fossem, de fato, a mesma pessoa, um homem igual ao outro. E Downey Jr., que é craque, arrasou em performances nitidamente distintas entre esses quatro personagens.
Zoë Saldaña (Lioness) A evolução de Zoë Saldaña de uma temporada para a outra de Lioness (Paramount+) é impressionante. Na nova leva de episódios, a atriz dá o sangue na pele de Joe, agente que chefia o Lioness, um programa secreto da CIA (a agência de inteligência americana), com missões à paisana altamente perigosas, mas vitais para a segurança dos Estados Unidos.
Joe chega numa encruzilhada na qual voltar não é opção. Ou se dedica ao trabalho, ou larga tudo em prol da família. Esse dilema, que a dilacera por completo, move a segunda temporada da série com muita tensão.
Menções honrosas:Antony Star (The Boys), Brian Jordan Alvarez (O Professor), Colin Farrell (Pinguim), Diego Luna (A Máquina), Eddie Redmayne (O Dia do Chacal), Jodie Foster (True Detective), Keri Russell (A Diplomata), Liza Colón-Zayas (O Urso), Maisie Williams (The New Look), Naomi Watts (Feud: Capote vs. The Swans).•
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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