GANGORRA

Análise: Only Murders in the Building tem de se reinventar para evitar a fadiga

Na próxima (quarta) temporada, comédia vai voltar às origens
DIVULGAÇÃO/HULU
Steve Martin com Selena Gomez em Only Murders in the Building
Steve Martin com Selena Gomez em Only Murders in the Building

A comédia Only Murders in the Building entregou uma terceira temporada abaixo da média. A leva encerrada nesta semana se distanciou das duas anteriores, estas dignas de indicações ao Emmy. Apesar de um elenco de apoio estelar, encabeçado por Meryl Streep, o encanto da série se dissipou. O terreno está pronto para a quarta temporada, que pelas circunstâncias se apresenta como uma investida decisiva. Only Murders in the Building precisa se reinventar para evitar a fadiga.

A trama protagonizada por Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez tem uma estrutura bem rígida, oferecendo pouca margem ao improviso longe das quatro linhas estabelecidas. Os três amigos inusitados se unem, de uma forma ou de outra, na investigação de um crime com o objetivo de retratá-lo em um podcast.

Sair do prédio Arconia provou-se um erro, ao contrário do esperado. Não vingou a história da terceira temporada, concentrada nos bastidores do teatro americano. Assim, pelo menos uma correção de rumo já foi feita: a quarta leva volta ao Arconia, pois o crime da vez ocorreu lá.

Retornar às origens é um ponto de redescoberta de Only Murders in the Building. É melhor trazer elementos novos para dentro de uma fórmula coesa do que buscar novos ares com o intuito de provocar uma chacoalhada.

Meryl Streep com Martin Short em Only Murders in the Building
Meryl Streep com Martin Short em Only Murders in the Building

[Atenção: spoilers a seguir]
Ao mesmo tempo, a série pavimenta uma jornada nunca antes relatada na trama. Pois a vítima é muito próxima do trio Charles, Oliver e Mabel. Quem morreu foi Sazz Pataki (Jane Lynch), a dublê de Charles.

Tudo envolvendo essa caso é importante. Ela morreu após levar um tiro certeiro no peito quando andava pelo apartamento de Charles, no escuro. Vestida como o ator, Sazz claramente foi confundida. Isso quer dizer que o assassino(a) a ser descoberto queria matar Charles.

Outro detalhe: o tiro partiu de outro ponto de dentro do Arconia. Assim, quem disparou a arma estava no prédio (pode ser um morador que conhecemos ou não). 

Estes elementos da proximidade, Charles como alvo e um assassino no prédio (voltando ao tema destacado no título da comédia), dão a Only Murders in the Building um futuro promissor para evitar a fadiga e não cair na mesmice. A série está a um triz de ganhar o indesejável rótulo “mais do mesmo”.

Como uma guinada para mudar de cenário, um dos criadores da trama, John Hoffman, confirmou que se discute a instalação de um set de gravação Los Angeles, na outra ponta dos Estados Unidos. Isso porque as histórias pessoais de Mabel (Selena) e Oliver (Short) passaram a ter a cidade californiana como possibilidade, ainda mais pelo motivo de a provável visita ser por causa de seus respectivos crushes.

Contudo, Hoffman deixou claro que a ida para Los Angeles, caso ocorra, será vapt-vupt. Aqui é uma questão de poder, não querer. O fator determinante é o dinheiro em caixa para gravar cenas na cidade californiana, sem contar a complexa logística. Se a verba surgir, Hoffman topa fazer a viagem Nova York-Los Angeles.

Only Murders in the Building evitou a maldição da segunda temporada. Porém, a terceira leva foi fraca. Apesar dos pesares, o ibope está em alta, por isso veio a renovação para mais episódios. Eis, então, a chance que não deve ser desperdiçada, a de se redescobrir e fugir do marasmo.


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