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Análise: a importância de o final de Ruptura estar definido

Drama que mistura sci-fi com suspense psicológico está com o destino traçado
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John Turturro (à esq.) com Zach Cherry em Ruptura
John Turturro (à esq.) com Zach Cherry em Ruptura

O público ligado na segunda temporada de Ruptura, com episódio inédito lançado a cada sexta-feira no Apple TV+, percebeu que a série não só manteve a brisa da primeira leva, como deu uma turbinada nas mensagens cifradas nesse segundo ano, alegrando quem adora elaborar e decifrar teorias. Todo mundo pode ficar tranquilo que cada viagem da trama não é à toa e nem deve levar a lugar algum, pois o final da história está definido.

Essa informação é de suma importância. Até parece obviedade, mas não é. Tem séries que a equipe criativa vai escrevendo e produzindo os episódios tal qual uma novela, tratando a narrativa como algo sempre em aberto, com o desfecho deixado em segundo plano, uma coisa a ser pensada só quando chegar a hora mesmo.

Isso não funciona muito bem, em linhas gerais. Muito menos em produções como Ruptura, um suco de ficção científica, suspense psicológico e distopia. É fundamental ter o ponto-final decidido, sabendo de forma clara aonde se quer chegar. 

Com essa certeza, dá para brincar um pouco no meio do caminho, pois o destino está traçado. Caso contrário, a série facilmente pode se perder ao longo de suas temporadas. 

Diretor e produtor-executivo de Ruptura, considerado uma das mentes pensantes da série ao lado do criador e showrunner Dan Erickson, Ben Stiller disse ao jornal The New York Times que o final do drama já existe. “Sim, nós temos o final”, respondeu ao ser questionado sobre se sabe como a narrativa vai acabar.

“Definitivamente, temos um fim. E sabemos exatamente quantas temporadas vão ser necessárias até chegar, só não vou dizer quantas”, completou.

Para não deixar o espectador de mãos vazias, ele deu uma dica sobre o término da trama: “Na minha opinião, a série sempre foi sobre Mark [personagem de Adam Scott], seu innie (interno) e seu outie (externo), e acerca do destino de ambos.”

Quando a equipe criativa de uma série desenvolve o final da trama com bastante antecedência, tudo fica mais fácil. No mínimo, o término será adequado e coerente, com cada telespectador avaliando se foi bom ou ruim.

This Is Us é um exemplo recente de uma atração segura de si. Desde o princípio, o criador Dan Fogelman sabia que precisava de seis temporadas para concluir a história da família Pearson. A despedida veio como imaginou, sem tirar nem pôr.

O lado oposto disso é Game of Thrones. No começo, tudo ia bem, pois as temporadas acompanhavam os relatos dos livros escritos por George R. R. Martin. Acontece que a série esgotou as histórias narradas na saga literária e precisou seguir em frente sem esse apoio. 

Não é coincidência o fato de a maior série da história perdeu gás quando passou a voar solo, culminando num final, no mínimo, controverso. Detalhe é que a saga As Crônicas de Gelo e Fogo, base de Game of Thrones, ainda falta ser finalizada por Martin, que deve o sexto (e possível último) volume da coleção.

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