PRODUÇÃO HISTÓRICA

A Muralha entra no Globoplay: série deu 44 pontos no ibope e custou R$ 11 milhões

Trama conta a história dos bandeirantes rumo ao interior do Brasil
DIVULGAÇÃO/GLOBO
Alessandra Negrini e Mauro Mendonça em cena de A Muralha
Alessandra Negrini e Mauro Mendonça em cena de A Muralha

Considerada uma das maiores séries produzidas pela Globo, o drama de época A Muralha entrou completo no Globoplay, nesta segunda-feira (3). A minissérie composta de 51 episódios foi uma obra gigante para o período da virada do milênio, com cada episódio saindo (em média) por R$ 220 mil, total de R$ 11,2 milhões (R$ 46,3 milhões no valor corrigido para 2023). A repercussão correspondeu ao investimento, registrando na estreia 44 pontos no ibope.

Exibida originalmente pela Globo entre janeiro e março do ano 2000, por volta das 23h, A Muralha surgiu como parte da celebração à comemoração dos 500 anos de descobrimento do Brasil. A base da trama foi o livro homônimo de Dinah Silveira de Queiroz, publicado em 1954. O nome da minissérie, A Muralha, se refere à Serra do Mar, que ocupa o litoral sudeste do território tupiniquim.

A produção de uma minissérie na Globo, naquele período, custava três vezes mais do que uma novela. A grandiosidade de A Muralha acabou, indiretamente, criando um risco para a emissora, caso não desse certo. Por isso, antes do lançamento, o temor pairava.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Daniel Filho, então diretor de criação da Globo, falou francamente sobre esse cenário. “A minissérie fala de uma época muito pouco documentada. Personagens que não são mostrados normalmente. É um risco”, confessou. “Prefiro me arriscar com algo novo a errar com o que já foi feito.”

Ambientada por volta de 1600 e tratando de temas como escravidão, tribos indígenas, busca pelo ouro e expansão territorial do Brasil, do litoral ao interior, A Muralha explora a saga dos bandeirantes paulistas a partir das expedições de uma família cujo patriarca, Dom Braz (Mauro Mendonça), lutava para dominar e vender mão-de-obra indígena, adquirida através de empreitadas feitas no interior.

Dentro do clã ocorre um racha. Filho de Dom Braz, Tiago Olinto (Leonardo Brício) tem na conquista do ouro seu empenho pessoal. Criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago é contra a dominação e o desrespeito aos indígenas, o que torna o conflito entre ele e seu pai inevitável.

A produção de A Muralha contou com o apoio da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), assim como participação de tribos brasileiras para auxiliar na ambientação da população originária. Três aldeias indígenas foram criadas como cenários cênicos.

Sucesso imediato de público, A Muralha marcou 44 pontos no ibope da Grande São Paulo no dia da estreia (4 de janeiro de 2000), atingindo picos de 47. Como um todo, a média de audiência fechou em 32 pontos, muito boa para aquele período.

O interesse pela minissérie foi tanto que até um site especial foi criado, uma novidade. A pequena parcela do público que tinha acesso à internet no Brasil poderia consultar como os cenários e figurinos foram feitos, por exemplo, além da possibilidade de conhecer mais dos personagens. 

Havia também um glossário sobre as palavras usadas no século 17 e contextualização histórica. O internauta tinha a opção de baixar 30 fotos da atração e instalar no computador uma proteção de tela exclusiva.

O elenco de A Muralha seguiu a grandiosidade dos bastidores, contando com nomes do nível de Alessandra Negrini, Alexandre Borges, Caco Ciocler, Cláudia Ohana, José Wilker, Leandra Leal, Letícia Sabatella, Matheus Nachtergaele, Sergio Mamberti, Stênio Garcia, Tarcísio Meira, Vera Holtz, entre tantos outros.

Veja a chamada de A Muralha em intervalo comercial da Globo, exibição de dezembro de 1999:


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