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Sra. Playmen: a história real da mulher que abalou a indústria do erotismo

Adelina Tattilo tem sua vida encenada em nova produção italiana da Netflix
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Carolina Crescentini em Sra. Playmen
Carolina Crescentini em Sra. Playmen

A Netflix lança, na quarta-feira (12), a série italiana Sra. Playmen, baseada na história real de Adelina Tattilo, editora da primeira revista erótica da Itália e uma força revolucionária na Roma conservadora e moralista da década de 1970. Ela chocou a sociedade do país da bota ao provocar debates sobre comportamento sexual e desafiar a censura.

Empreendedora pioneira em uma época na qual as mulheres estavam confinadas aos papéis de mães e donas de casa, católica fervorosa e, ainda assim, inconformista, Adelina lutou na linha de frente das batalhas pelo divórcio, o direito ao aborto e a emancipação feminina.

Abandonada pelo marido, Saro Balsamo, e forçada a encarar sozinha todos os credores como única proprietária de um império à beira do colapso, Adelina se recusa a desistir. Ela reinventa a Playmen, transformando a revista em uma publicação sofisticada e moderna

Desafiando o sexismo arraigado, reúne uma equipe de intelectuais brilhantes, profissionais criativos, ousados e fotógrafos visionários. Juntos, eles quebram tabus, provocam as instituições e dão início a uma revolução cultural, edição após edição, escândalo após escândalo.

Sra. Playmen conta a história de uma revista que mudou as regras da sociedade italiana.

A história real de Adelina Tattilo

Nascida em Manfredonia, na região italiana da Apúlia, Adelina recebeu formação em escolas administradas por freiras na cidade de Ivrea, em Turim. Sua trajetória, marcada por ousadia e visão editorial rara, desafiou convenções e moldou a cultura pop italiana das décadas de 1960 e 1970.

Tattilo começou a chamar a atenção com Menelik, revista semanal de quadrinhos eróticos que trazia como protagonista Bernarda. A publicação tornou-se um fenômeno editorial, alcançando a impressionante marca de 100 mil exemplares vendidos por semana.

Pouco depois, em 1965, ela e o marido, Saro Balsamo, lançaram Big, uma revista voltada ao público masculino jovem, que explorava temas de curiosidade sexual. O sucesso foi imediato: as vendas chegaram a 400 mil cópias semanais.

No ano seguinte, o casal ampliou o império editorial com Men, uma coleção de fotografias de mulheres nuas, adquiridas em países escandinavos ou fornecidas por agências de modelos italianas.

Mas o verdadeiro marco de sua carreira viria em 1967, com o nascimento de Playmen, publicação que enfrentou censura e chegou a ser proibida na Itália.

Adelina revelou que o investimento inicial na revista foi de 640 mil dólares, valor que, quatro anos depois, resultou em um patrimônio estimado em US$ 1,6 milhão.

À frente da linha editorial, ela supervisionava pessoalmente a escolha das modelos de capa e não hesitava em publicar imagens polêmicas, como os flagrantes de Brigitte Bardot tomando sol sem roupa e de Jackie Kennedy Onassis nadando nua.

Na vida pessoal, Adelina manteve uma parceria profissional, e também afetiva, com Balsamo, de quem acabou se separando. Teve três filhos e, nas décadas de 1960 e 1970, associou sua imagem a causas libertárias, radicais e socialistas. Mantinha amizade com o político Bettino Craxi, figura central do Partido Socialista Italiano.

Adelina Tattilo morreu em Roma, em 1º de fevereiro de 2007, aos 78 anos, após uma breve enfermidade, deixando para trás o legado de uma mulher que ousou transformar o erotismo em símbolo de liberdade e provocação cultural.

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