
Drama jurídico recheado de estrelas e criado pelo renomado showrunner Ryan Murphy, Tudo É Justo estreou nesta terça-feira (4) no Disney+. E o veredito saiu: segundo a crítica especializada, esse não é apenas um dos piores lançamentos do ano, é a “pior série da história” e um “crime contra a TV.”
E, de fato, a trama é medonha. O que é de se lamentar, já que a premissa é interessante: seguir os passos de mulheres advogadas que lidam com casos de divórcios, sempre defendendo esposas contra os respectivos maridos (ricos, de preferência).
A boa intenção não foi suficiente para fazer a série vingar. Ben Dowell, do jornal britânico The Times, nem deu uma estrela (de cinco possíveis) para Tudo É Justo. Ele jogou a bomba logo no título de sua análise: “Esta provavelmente é a pior série da história.”
“Tudo É Justo falha até mesmo em ser ruim de forma divertida. A produção acredita oferecer uma narrativa feminista sobre advogadas destemidas enfrentando homens poderosos e cruéis, porém o resultado é justamente o oposto: um espetáculo vulgar que celebra a mesma ganância e superficialidade que pretende criticar”, escreveu Dowell.
Ed Power, do jornal The Telegraph, foi mais generoso: deu uma estrela (de cinco) para o drama jurídico. Ele afirma que a atração “é um crime contra a televisão”. Uma de suas justificativas para tanto cai nas personagens entregues a atrizes de primeira grandeza, rendendo atuações desastrosas.
“A atuação é péssima. De algum modo, Ryan Murphy conseguiu fazer com que talentos indicados ao Oscar, como Naomi Watts e Glenn Close, parecessem dignas, no máximo, de disputar um papel recorrente em uma peça teatral de quinta categoria. Por sua vez, os diálogos são tão ruins que só podem ser horríveis de propósito.”
As falas caricatas, bregas e over das personagens também foram destacadas por Angie Han, da revista The Hollywood Reporter: “A série fracassa completamente na tentativa de criar falas memoráveis. Quando não isso, o diálogo é tão insosso que beira o absurdo”.
Angie foi precisa ao apontar outro tropeço do drama jurídico, praticamente resumindo a experiência de assisti-lo: “As personagens são tão rasas, as tramas tão frágeis e as motivações tão mal desenvolvidas que não há emoção reconhecível por trás de nada disso. E, portanto, nada que desperte algum sentimento em quem se dispõe a acompanhar a história.”
Em sua avaliação, nenhuma estrela de cinco possíveis, Lucy Mangan, do jornal The Guardian, foi bastante franca: “Não sabia que era possível fazer algo tão terrível assim na TV”. Para ela, Tudo É Justo é, na verdade, tudo de ruim. “Fascinantemente, incompreensivelmente, existencialmente terrível. Tão ruim que não chega nem perto de ser boa. Nem de longe”, afirmou.
Tudo É Justo estreou no Disney+ com os três primeiros episódios. (são dez, no total). Depois, é um por semana (toda terça) até 23 de dezembro. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br



