ESTREIA

A história real de O Naufrágio de Heweliusz; conheça detalhes da tragédia

Eis mais um drama polonês prestigiado lançado pela Netflix
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Cena da minissérie O Naufrágio de Heweliusz
Cena da minissérie O Naufrágio de Heweliusz

A minissérie polonesa O Naufrágio de Heweliusz estreou na Netflix nesta quarta-feira (5) retratando uma tragédia colossal. Logo após partir de um porto na Polônia, o ferry Heweliusz se deparou com uma tempestade violenta. Enquanto passageiros e tripulantes lutavam para sobreviver no mar, suas famílias arrasadas que ficaram em terra firme tentavam descobrir a verdade por trás do desastre.

Esse é um caso real. O Naufrágio de Heweliusz é baseado em uma história verídica que aconteceu na madrugada de 14 de janeiro de 1993. Os passageiros e a tripulação da balsa Heweliusz partiam do porto de Świnoujście, na Polônia, rumo a Ystad, na Suécia. A travessia logo se transformou em uma luta pela sobrevivência quando uma tempestade agitou o mar de forma brutal.

Enquanto isso, as famílias devastadas precisavam lidar com a face mais obscura da natureza humana, encarando uma batalha igualmente árdua para descobrir o que realmente ocorreu, preservando a dignidade e a reputação daqueles que ficaram no mar.

A história real de O Naufrágio de Heweliusz
Esta é a maior tragédia marítima, em tempos de paz, na história da Polônia. A embarcação afundou nas águas gélidas do Mar Báltico entre 4h10 e 5h12 da manhã, causando a morte 55 das 64 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.

Lançado em 1977, o Jan Heweliusz era um navio projetado para o transporte de caminhões e vagões ferroviários. Operado pela empresa EuroAfrica e pertencente à Polish Ocean Lines, a balsa acumulava um histórico preocupante: em 15 anos de serviço, registrou quase 30 incidentes graves, incluindo um incêndio em 1986 que danificou seriamente sua estrutura.

As reparações improvisadas daquela época, que incluíram a adição de 70 toneladas de concreto ao convés afetado, comprometeram a estabilidade da embarcação, problema que nunca foi totalmente resolvido.

Dias antes do desastre, o portão de popa foi danificado durante uma manobra no porto de Ystad. O capitão Andrzej Ułasiewicz tentou suspender a próxima viagem e levar o navio a reparos, mas recebeu ordens para seguir viagem após consertos provisórios. O resultado foi uma partida atrasada e um ferry vulnerável em meio a um mau tempo intenso.

O Jan Heweliusz zarpou às 22h30 do dia 13 de janeiro, com 35 passageiros, 29 tripulantes, 28 caminhões e 10 vagões. Nas primeiras horas do dia seguinte, o Mar Báltico foi tomado pela tempestade Verena, que trouxe ventos de até 160 km/h e ondas de cinco metros.

O navio lutava para manter o equilíbrio; em uma tentativa desesperada de estabilizá-lo, a tripulação encheu tanques de lastro no lado de bombordo, contrariando os protocolos operacionais.

Pouco depois das 4h, rajadas de vento atingiram com violência o casco, provocando uma inclinação acentuada. As amarras dos veículos se romperam, agravando o desequilíbrio e tornando inevitável o desfecho.

Às 4h30, o capitão ordenou a evacuação. Passageiros em trajes de dormir foram arrastados pelo vento gelado e muitos sequer conseguiram alcançar os botes salva-vidas. O pedido de socorro foi transmitido dez minutos depois, mas, devido a erros de comunicação, as equipes de resgate, vindas da Alemanha e da Dinamarca, só chegaram mais de uma hora após o naufrágio. Às 5h12, o Jan Heweliusz desapareceu sob as ondas, a cerca de 24 quilômetros do Cabo Arkona, na ilha alemã de Rügen.

A temperatura da água, de apenas 2 °C, reduziu drasticamente as chances de sobrevivência. Apenas nove tripulantes conseguiram ser resgatados com vida e foram levados a hospitais alemães em estado de hipotermia. A maioria das vítimas era composta por motoristas de caminhão de diferentes nacionalidades: suecos, austríacos, húngaros, noruegueses e tchecos. Dos 55 mortos, apenas 37 corpos foram recuperados, entre eles, os de duas crianças.

Uma comissão de inquérito foi criada pela então primeira-ministra Hanna Suchocka, mas as investigações se arrastaram durante anos e, inicialmente, foram encerradas sem conclusões.

Mais tarde, a responsabilidade pelo desastre foi atribuída à EuroAfrica, que manteve o navio em operação apesar de suas condições precárias. Também foram apontadas falhas na supervisão do Registro Polonês de Navegação, do Escritório Marítimo de Szczecin e do próprio capitão Ułasiewicz.

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