
O Disney+ lançou, nesta quarta-feira (20), A História Distorcida de Amanda Knox, minissérie baseada na história real de uma jovem americana condenada injustamente pelo trágico assassinato de sua colega de quarto e sua jornada para provar sua inocência. Os dois primeiros episódios entram na plataforma no dia do lançamento. Depois, um episódio inédito a cada quarta (são oito capítulos, no total).
Amanda Knox, interpretada por Grace Van Patten (Me Conte Mentiras), atualmente é uma ativista em defesa de pessoas condenadas erroneamente. A jornada até chegar a esse ponto, no entanto, foi árdua e cheia de reviravoltas. Um prato cheio, sem dúvida, para uma série de TV.
Esse caso ganhou status midiático. Ela e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram presos depois que Meredith Kercher foi encontrada morta na casa onde Amanda e a vítima moravam, isso em 2007. Dois anos depois, os namorados foram condenados pelo assassinato de Meredith.
A história real de Amanda Knox
Amanda tinha 20 anos quando deixou os Estados Unidos, em 2007, para estudar em Perugia, na Itália, onde dividia casa com a britânica Meredith Kercher. Em novembro daquele ano, Kercher foi encontrada morta no imóvel, vítima de violência sexual e homicídio. Poucos dias depois, Amanda e o namorado, Raffaele Sollecito, foram presos sob suspeita de envolvimento no crime.
Interrogada sem a presença de advogados, a jovem acusou falsamente Patrick Lumumba, dono de um bar em que trabalhava. Ele chegou a passar duas semanas preso, até ser inocentado.
Ainda assim, Amanda e Sollecito foram formalmente acusados em 6 de novembro de 2007. Na mesma época, outro suspeito entrou em cena: Rudy Guede, cujo DNA foi identificado na cena do crime e que mais tarde seria condenado. Apesar disso, a promotoria italiana manteve o casal no centro do processo.
O julgamento começou em 2009, com intensa cobertura da imprensa, que explorava a imagem da estudante sob apelidos como “Foxy Knoxy”. A acusação alegava que amostras de DNA de Amanda e Kercher haviam sido encontradas em uma faca apreendida no apartamento de Sollecito, considerada a suposta arma do crime. Fragmentos biológicos em um sutiã da vítima também foram atribuídos a ele.
Ao final, Amanda foi condenada a 26 anos de prisão, e o namorado, a 25.
Na apelação, em 2010, especialistas contestaram a validade das provas genéticas. Argumentaram que não havia vestígios de DNA de Amanda Knox na cena e que erros graves nos procedimentos poderiam ter contaminado o material. Uma revisão ordenada pela Justiça confirmou as falhas: o DNA de Meredith não estava presente na faca. Em outubro de 2011, ambos foram absolvidos.
Porém, foram novamente considerados culpados num novo julgamento, para somente em 2015 serem finalmente exonerados pela Corte de Cassação da Itália, equivalente ao Superior Tribunal de Justiça brasileiro. Foram encontradas falhas na investigação policial, além de as evidências serem consideradas insuficientes. Caso encerrado.
Por onde anda Amanda Knox
Desde sua absolvição, Amanda Knox se reinventou como escritora e ativista em defesa de pessoas condenadas injustamente. Seu livro mais recente foi lançado neste ano, intitulado de Free: My Search for Meaning (Livre: Minha Busca por um Sentido, em tradução livre), inédito no Brasil.
A vida pessoal tomou novo rumo após o retorno aos EUA. Em 2011, ela conheceu o escritor Christopher Robinson, com quem se casou em 2020. O casal tem dois filhos, nascidos em 2021 e 2023. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br