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Segundas Intenções e o erotismo tabu para geração que rejeita sexo na TV

Drama jovem adulto não foge dos temas picantes do filme homônimo de 99
REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO
Zac Burgess beija mão de Sarah Catherine Hook em Segundas Intenções
Zac Burgess beija mão de Sarah Catherine Hook em Segundas Intenções

A série Segundas Intenções, presente no ranking das mais vistas no Prime Video desde a estreia, encarou um desafio e tanto. Sem fugir da característica do filme homônimo no qual se baseia, o remake investiu pesado no erotismo tabu, digno de caixas de pesquisa de sites pornográficos. Isso apesar de levantamento recente mostrar que a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), público-alvo da série, quer menos sexo na TV.

Sara Goodman e Phoebe Fisher, criadoras e showrunners de Segundas Intenções, tinham ciência desse sentimento quando desenvolveram a história. Porém, até para fazer jus ao título do drama, não faltam interações ardentemente picantes ao longo dos episódios, de tensão sexual entre personagem adolescente e uma pessoa adulta a meios-irmãos que trocam carícias, com direito à “irmã” que vê a ereção do “irmão” durante um banho, sem pudor.

Falando com a Variety, ambas as criadoras comentaram tal assunto com franqueza. Phoebe revelou que escrever esses tipos de cenas foi “uma linha tênue”, pois precisavam “garantir que, quando o sexo aparecesse na tela, fosse por alguma motivação da história, que pertencesse à narrativa, e não como algo excessivo, apenas com o objetivo de chocar.”

Sara adentrou mais no assunto, justificando que o sexo é usado pelos personagens da trama para obter poder. “Então”, explicou, “não estamos mostrando sexo porque achamos que é sexy. Isso é um jogo para eles. Isso é um jogo de poder. Não quero dizer que onde há amor de verdade não há sexo, mas os personagens usam o sexo da mesma forma que fazem com outros elementos: para obter o que querem”. Ela completou dizendo que seria “fake” não ter cenas de sexo ou insinuações tabus em Segundas Intenções.

A rejeição que a Geração Z tem em relação ao sexo mostrado nas séries é justificável, segundo Sara: “Mostrar sexo só para chocar… acho que talvez seja esse o ponto no qual os mais jovens veem o problema. Talvez eles estejam dizendo que é chato quando é só para isso [algo gratuito]. Pelo menos, espero que seja isso que eles estão querendo dizer.”

Embora toque em assuntos arrepiantes para boa parcela dos telespectadores, Segundas Intenções não é tão explícita nas cenas sensuais. As showrunners comentaram que não foram censuradas pelos executivos do Prime Video, nem receberam nenhuma nota de recomendação, como se precisassem cortar algo.

“Para nós, sempre foi sobre manter vivo um tipo de excitação”, comentou Phoebe. “Mas sem ser explícito, só por ser. Acredito que nós realmente preservamos isso e não tivemos que fazer concessões.”

No final das contas, percebe-se que a série Segundas Intenções, do começo ao fim, manteve acesa a chama sexual do cultuado longa homônimo de 1999. Sara disse o que as pessoas podem concluir ao acompanhar o drama jovem adulto: “Nossa série mostra que o sexo está vivo e bem”.

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