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Adolescentes querem séries de fantasia e menos sexo na TV, diz estudo

Geração mais púdica do que as anteriores busca entretenimento para fugir da realidade
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Edward Bluemel com Emily Bader em Minha Lady Jane
Edward Bluemel com Emily Bader em Minha Lady Jane

Cresce o interesse de adolescentes e jovens adultos por séries de fantasia, justificando movimento frenético de streamings e canais por atrações desse tipo. Esse é um dos achados do relatório anual Teens and Screens 2024 (Adolescentes e as Telas, em tradução direta), organizado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Junto a isso, essa geração, provando ser mais púdica do que as anteriores, quer menos sexo na TV e mais histórias próximas da realidade sobre amizades e relações platônicas (quando não há sexo ou contato íntimo).

Entrevistando 1.500 adolescentes e jovens adultos americanos, de 10 a 24 anos, a pesquisa registrou um aumento da preferência por séries de fantasia: 36,2% ante 20,3% anotado no ano passado. Atrás no ranking ficaram tramas sobre questões de vida pessoal e narrativas que abordam “problemas da realidade que impactam a sociedade”.

Para Yalda T. Uhls, coautora do estudo e professora adjunta no departamento de psicologia da UCLA, essa guinada se deu porque os teens e jovens adultos passaram por uma fase de amadurecimento justamente durante a pandemia de Covid-19, combinada com um ciclo de notícias agressivo e polarizante ao extremo, expondo com detalhes de tiroteios em massa a eclosão de guerras.

Os jovens estão vivenciando, em sua maioria esmagadora, a fadiga da crise”, pontuou a professora. “Esta geração se importa profundamente com muitas questões sociais, mas também precisa de uma pausa mental. Faz sentido que vejamos muitos deles buscando na mídia séries de fantasia e histórias com mensagens de esperança para obter alívio dos muitos desafios que vêm com a realidade de ser um jovem nos dias de hoje.”

Em outra seara, a pesquisa reafirma que os adolescentes e jovens adultos desejam ver na TV histórias fidedignas sobre amizade e relações platônicas, tramas mais próximas do que realmente vivenciam. A preferência por esse tipo de narrativa é de 63,5%, contra 51,5% do relatório de 2023 (crianças de 10 a 13 anos não responderam essa parte do questionário). E 62,4% dos entrevistados acham desnecessária a inclusão de qualquer tipo de conteúdo sexual para mover a trama.

O estudo destacou a fala de uma adolescente sobre esse assunto: “Eu acho que mais amizades deveriam ser mostradas. E só porque meninos e meninas são amigos não significa que eles tenham que ter algo romântico.”

“Essas descobertas realmente solidificam a tendência que encontramos em nossos dados do ano passado: os jovens estão cansados ​​de ver as mesmas ladainhas românticas datadas e que destoam da própria realidade”, disse Alisha J. Hines, diretora de pesquisa da UCLA. “Adolescentes e jovens adultos querem ver histórias que reflitam mais autenticamente um espectro completo de relacionamentos”.

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