SEQUESTRO A BORDO

Detalhes da história real de Voo IC 814, minissérie indiana da Netflix

Caso de grande repercussão aconteceu em 1999 e durou sete dias
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Cena da minissérie Voo IC 814: Sequestro a Bordo
Cena da minissérie Voo IC 814: Sequestro a Bordo

Presente entre os programas mais vistos na Netflix no momento, a minissérie Voo IC 814: Sequestro a Bordo, é mais uma produção da gigante do streaming sobre um avião capturado por criminosos (como foi o caso do drama colombiano O Sequestro do Voo 601, lançado em abril). A narrativa de Voo IC 814, que entrou na plataforma no final do mês passado, retrata uma história real.

Depois que a aeronave foi sequestrada a caminho de Nova Déli, capital da Índia, centenas de vidas ficaram em jogo durante a crise mais longa e grave da aviação do país asiático.

Detalhes da história real de Voo IC 814

Em 24 de dezembro de 1999, a aeronave, que transportava 175 passageiros e 15 tripulantes, partiu de Katmandu, no Nepal, com destino a Nova Déli; trajeto de uma hora. No entanto, a rotina da viagem tranquila foi brutalmente interrompida quando cinco terroristas, ligados ao grupo militante paquistanês Harkat-ul-Mujahideen, tomaram o controle do avião pouco tempo após a decolagem.

O Harkat-ul-Mujahideen surgiu nos anos 1980 com o intuito de lutar contra as forças soviéticas durante a ocupação do Afeganistão. Depois disso, as ações se voltaram para a Caxemira, onde eles se envolveram na insurgência contra o controle indiano na região disputada. O grupo realizava ataques e operações contra as forças de segurança indianas e posições governamentais.

O voo IC 814 foi usado pelos sequestradores para exigir a libertação de vários militantes presos na Índia, incluindo Maulana Masood Azhar, Ahmed Omar Saeed Sheikh, e Mushtaq Ahmed Zargar, além de um resgate financeiro significativo. 

Inicialmente, o voo foi desviado para Amritsar, na Índia, onde as autoridades locais hesitaram em intervir militarmente, o que permitiu aos sequestradores prosseguir com o plano. A aeronave fez paradas em Lahore, no Paquistão, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, antes de finalmente aterrissar em Kandahar, no Afeganistão, controlado pelo Talibã.

Durante o cativeiro de sete dias, os passageiros enfrentaram momentos de terror, tensão e incerteza, enquanto as negociações entre o governo indiano e os sequestradores se arrastavam. A situação foi agravada pela localização da aeronave em território afegão, onde o Talibã, na época no poder, ofereceu um suporte limitado às negociações.

Segundo informações de agentes internacionais, havia uma conexão entre o Harkat-ul-Mujahideen e o Osama bin Laden, tido como a mente pensante por trás dos atentados de 11 de Setembro, nos Estados Unidos, em 2001, ataque que usou quatro aviões comerciais e resultou em cerca de 3 mil mortes.

A crise do voo IC 814 terminou em 31 de dezembro de 1999, quando o governo indiano, sob forte pressão interna e internacional, cedeu às exigências dos sequestradores, liberando os três militantes em troca da libertação dos passageiros e tripulantes.

Apesar da liberação segura da maioria das pessoas a bordo, a tragédia foi marcada pela morte do passageiro Rupin Katyal, que foi esfaqueado pelos sequestradores durante o sequestro.

Anubhav Sinha, diretor da minissérie Voo IC 814 – Sequestro a Bordo, disse à Netflix que montou a sua narrativa conversando com pessoas que estiveram diretamente envolvidas nesse caso: “Conhecemos autoridades envolvidas na missão de resgate em Déli. Os passageiros e a tripulação nos contaram tudo o que rolou dentro da aeronave.”

“O que aconteceu durante aqueles sete dias acabou sendo uma história envolvente sobre manobras táticas e diplomáticas arrepiantes e emocionantes que precisavam ser contadas. Os espectadores têm a oportunidade de conhecer essa história que nunca foi contada de dentro para fora antes.”

 Voo IC 814 – Sequestro a Bordo é composta de seis episódios.

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