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Representação feminina na TV é jovem e despenca depois de +40 anos

Do lado masculino, personagens mais velhos predominam
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Philippine Leroy-Beaulieu na série Emily em Paris; atriz tem 61 anos
Philippine Leroy-Beaulieu na série Emily em Paris; atriz tem 61 anos

A representatividade feminina na TV diminuiu na temporada 2023-2024 e segue chavão: predominam personagens jovens, e mulheres mais velhas desaparecem em comparação aos homens. É o que aponta o estudo anual Boxed In, referência no mercado televisivo americano, feito pelo departamento da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia, dedicado a acompanhar o trabalho de mulheres na TV, à frente e atrás das câmeras.

O levantamento analisou 3.200 personagens, além de mais de 4.400 créditos dos bastidores, isso nas atrações de TV aberta e streaming. Um dado que se destaca é que as séries tendem a ter mais personagens femininas jovens e mais personagens masculinos maduros. Quanto maior for a idade, menos mulheres aparecem em cena.

Na temporada 2023-2024, a maioria das personagens femininas ocupou a faixa de 20 a 39 anos (60%). Já do lado masculino, o principal recorte foi na faixa de 30 a 49 anos (58%).

Quando a idade avança, a diferença aumenta consideravelmente. Os telespectadores foram muito mais propensos a ver personagens masculinos com +40 anos do que mulheres. Entre os homens, essa fatia foi de 51%. Mas apenas 29% das personagens femininas analisadas tinham +40 anos. O que faz o caso de Philippine Leroy-Beaulieu, da comédia Emily em Paris, uma raridade; ela tem 61 anos.

No geral, caiu a representação feminina nas séries, soma de todas as atrações, considerando protagonistas. Na temporada 2023-2024, apenas 45% dos personagens das séries foram mulheres, queda de três pontos percentuais comparando com o relatório do ano passado.

Uma correlação disso é clara. Também caiu o número de mulheres criadoras de séries, agora atingindo a marca de 23%, menos sete pontos percentuais em comparação com a temporada 2021-2022. Personagens femininas são mais presentes em atrações criadas por mulheres do que naquelas desenvolvidas por homens.

“A porcentagem de mulheres criadoras está substancialmente abaixo da média recente”, destacou a doutora Martha Lauzen, organizadora do estudo. “O dado atual é apenas dois pontos maior do que em 1997-1998, o primeiro ano do levantamento Boxed In”, 

“O volume de personagens femininas na tela está vinculado à proporção de gênero nos bastidores. Quando a porcentagem de criadoras diminui, a população de personagens femininas também diminui”.

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