A segunda temporada de A Casa do Dragão chega ao fim neste domingo (4), na HBO e Max, provando porque é uma das séries mais caras da atualidade. O departamento financeiro não segurou verba e investiu pesado nas cenas com dragões, que foram muitas, com direito a briga entre eles e aparições simultâneas.
Nessa brincadeira, a regra é clara: quanto mais complexa for a cena, mais cara fica para ser gravada. Ryan Condal, cocriador e showrunner do drama fantasioso, já informou que sequências de múltiplos minutos com dragões chegam a custar um episódio inteiro de uma série comum da TV, para se ter uma ideia do volume de gasto.
Game of Thrones, matriz de A Casa do Dragão, não lidou muito com esse detalhe porque lá os dragões eram escassos, só três: Drogon, Rhaegal e Viserion, todos da “mãe” Daenerys Targaryen. Por sua vez, a série filhote tem um verdadeiro arsenal de feras que cospem fogo. Não à toa, a guerra civil que norteia a narrativa da atração chama-se Dança dos Dragões.
Antes de ir para o desenho dos bichos, é preciso listar as características que os diferenciam. A mais fácil de identificar é a do tamanho, seguida pelas cores (tem prata, verde, amarelo…). Mas tem também os sons que emitem, que são distintos, e a personalidade de cada um. Condal sempre deixou claro que queria os dragões com traços bem peculiares de comportamento, para não serem apenas animais selvagens simples.
Esse guia é fundamental para as duas equipes de efeitos visuais que tocam o trabalho mais complicado. É a hora de inserir todas as informações vistas no papel nos desenhos tridimensionais.
Ninguém nunca viu um dragão na vida real. Logo, como realmente criá-los digitalmente? Por exemplo, como eles batem as asas, como flutuam no ar, como lutam… O detalhe é que, considerando o nível de produção de A Casa do Dragão, não existe nenhum material no audiovisual a ser usado de referência.
Então, os produtores buscaram inspirações em batalhas aéreas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), reais ou de filmes, na montagem das brigas entre dragões. Como complemento, também serviram de auxílio documentários sobre aves de rapina que brigam pelos céus. Tudo foi de grande valia, como determinar qual o ângulo ideal da câmera para cada enquadramento, coisas técnicas desse nível.
Os atores têm em mãos vídeos digitais dos dragões numa briga, por exemplo, para entender o que está acontecendo quando eles estiverem gravando naquele tradicional estúdio enorme com fundo azul, recurso aplicado para as imagens dos efeitos especiais serem inseridas na pós-produção.
Esse é aquele momento no qual o ator parece que está pagando um mico gigante, montado em um dispositivo que parece os touros mecânicos de parquinhos. Ou acariciando um adereço cenográfico que será a cabeça de um dragão no produto final, tal qual a imagem que ilustra este texto.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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