BANHO DE SANGUE

Análise: a violência sem filtro da série O Jogo que Mudou a História

Drama brasileiro do Globoplay chega ao final de temporada nesta quinta (11)
REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY
Rômulo Braga em O Jogo que Mudou a História
Rômulo Braga em O Jogo que Mudou a História

A visceral série brasileira O Jogo que Mudou a História (Globoplay) encerra a primeira temporada nesta quinta-feira (11), com o lançamento dos dois episódios finais. Com uma violência sem filtro, a produção integrante do Afroverso cravou um espaço na história da televisão brasileira por mostrar cenas realistas e sanguinolentas nunca vistas em tamanha profusão e de modo explícito.

De pênis decepado a pau de arara, o drama ambientado nos anos 1970 e 1980 e baseado em histórias reais optou pelo caminho extremo ao relatar o surgimento das maiores facções criminosas do Rio de Janeiro. Inevitavelmente, essa trajetória passou por um rio de sangue, conforme a série mostra das maneiras mais variadas.

Logo de cara, no primeiro episódio, O Jogo que Mudou a História apresenta seu cartão de visitas ao público. Na rebelião de presos que incendiou (literalmente) a penitenciária de Ilha Grande, estupradores foram pegos pela liderança da rebelião para pagarem pelo ato que é abominável entre os presos.

Um teve o ânus penetrado por um pedaço de madeira. Outro sofreu castração (o membro cortado, ensanguentado no chão, foi mostrado na tela). Esse último teve a cabeça cortada e usada como bola de futebol pelos detentos.

O banho de sangue segue nos episódios seguintes, com muitas facadas, porradaria e tiros. O sexto capítulo se destaca especialmente por esse aspecto gore, quando Gilsinho (Jonathan Azevedo) vai prestar contas com um bandido chamado de King Kong e explode a cara de um comparsa dele com uma bala de revólver. King Kong fica com o rosto ensanguentado e coberto de restos internos do crânio do tal comparsa.

No sétimo episódio, a polícia recaptura Mestre (Bukassa Kabengele), que estava em violação de sua liberdade condicional. O assaltante de banco foi parar em um pau de arara, método de tortura que foi amplamente utilizado durante a Ditadura Militar (1964-1985). A vítima fica presa em uma barra colocada entre os joelhos dobrados e os braços amarrados, sendo então levantados acima da cabeça. Suspensa de forma dolorosa, a pessoa naquela condição é submetida a outras formas de abuso físico.

Foi isso que aconteceu com Mestre, o que a série do Globoplay mostrou sem censura. A cena forte, com direito a chibatadas, foi marcante para Kabengele. Em entrevista ao gshow, ele comentou:

“Fisicamente, moralmente e mentalmente fiquei abalado. Levei alguns dias para me reestabelecer, até por causa de dores pelo esforço. Para chegar à excelência que a cena exige, muitas vezes, abrimos mão do conforto, mas faz parte do ofício e do prazer de se chegar a essa verdade cênica que nos afeta na vida para além da ficção”

Já no oitavo episódio, o foco foi em um tiroteio épico envolvendo o bandido Chico da Cavanha (Rômulo Braga) contra policiais, encenação de um acontecimento real conhecido como 400 contra 1. Mortes sortidas ocorreram nesse embate, pois teve de tudo, de metralhadora cuspindo balas a granada explodindo. Toda a cena, que ocupa 30 minutos do capítulo, demorou uma semana para ser gravada.

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