Entre pênis que explode e outros tantos banhos de sangue, Gen V apresenta um ótimo estudo sobre as angústias e tabus que jovens enfrentam bem na transição entre não ser mais um adolescente dependente e virar uma pessoa adulta dona de si. A série do Prime Video, spin-off de The Boys, encerra a excelente primeira temporada na quinta-feira (2), episódio disponível a partir das 21hs.
O ambiente universitário foi muito bem explorado pela narrativa, pois é justamente nesse ponto da vida que todos passam por dificuldades diversas na caminhada, seja buscando a verdadeira identidade, desenrolando perrengues em relacionamentos amorosos, lutando contra pressão indireta (ou direta) da sociedade e do ambiente ao redor… Gen V tratou muito bem esses e outros assuntos com cada um dos seus personagens principais.
Com Marie Moreau (Jaz Sinclair), desenvolveu-se uma jornada de redenção após uma tragédia. A série propositadamente a coloca em uma encruzilhada. Ela tem de escolher entre seguir a estrada rumo a fazer parte dos Sete, grupo de heróis que é o objetivo maior dos alunos da Universidade Godolkin (e de tabela encontrar a irmã de quem está distante), ou desmascarar a poderosa Vought. Vale buscar o interesse individual ou um bem coletivo?
Por sua vez, Emma Meyer (Lizze Broadway) tinha se conformado em ser apenas uma super para entreter a galera, demonstrando todo tipo de insegurança e ingenuidade. Tudo muda ao perceber que pode, de alguma forma, fazer a diferença agindo em algo importante.
A trajetória de Andre Anderson (Chance Perdomo) é típica do jovem privilegiado destinado a seguir os passos do pai. Ele, porém, toma a atitude de chutar o balde e se livrar dessa trilha na qual não tem poder de fala.
Ele encabeça outra trama não tão incomum entre os jovens: o cara que pega a namorada do melhor amigo. A moça em questão é Cate Dunlap (Maddie Phillips), namorada oficial de Luke Riordan (Patrick Schwarzenegger), também conhecido como Golden Boy, a grande revelação da Godolkin e nome certo para os Sete.
A gangorra de Cate é ser influenciada a trair os amigos. Uma vez que descobrem a traição, eles ficam naquela entre voltar a acreditar nela ou não. Entra em jogo o debate sobre segunda chance e perdão.
Luke, o Soldier Boy, protagoniza uma das dinâmicas mais pesadas e fortes de Gen V, sobre saúde mental, pressão demasiada e pensamentos suicidas. Nele se dá a construção de uma pessoa que aparentemente está muito bem, com desempenho acadêmico satisfatório e gozando de popularidade ao lado de uma mulher bonita. Mas por trás da fachada vistosa se escondem todos tipos de aflições.
Na história de Jordan Li, Gen V explora a identidade sexual, pois trata-se de super com a capacidade única de alternar entre dois gêneros: masculino (vivido por Derek Luh) e feminino (London Thor). É destacado dúvidas como qual identidade assumir em determinada situação (sempre se transforma em homem quando quer se impor, por exemplo), incluindo no sexo. E é abordada a problemática da aceitação dos pais.
Gen V conseguiu se deslocar de The Boys perfeitamente, pegando emprestado apenas as extremadas cenas sangrentas. Apostar na juventude foi um acerto para ter uma alma própria. Não bastava, contudo, ter jovens como protagonistas. Era necessário ir além contando boas histórias, de fácil identificação e engajadas.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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