OUSADIA E EMPODERAMENTO

Companheiros de Viagem e as cenas mais eróticas de sexo gay já exibidas na TV

Drama romântico de época é o mais novo lançamento do Paramount+
DIVULGAÇÃO/SHOWTIME
Jonathan Bailey com Matt Bomer no drama Companheiros de Viagem
Jonathan Bailey com Matt Bomer no drama Companheiros de Viagem

Do canal americano Showtime, que entregou ao mundo as séries Queer as Folk e The L Word, vem a ousada e politizada Companheiros de Viagem, romance de época que promete mostrar as cenas mais eróticas de sexo gay já exibidas na TV. No Brasil, a trama protagonizada por Matt Bomer (White Collar, The Sinner) e Jonathan Bailey (Bridgerton) será lançada pelo streaming Paramount+, no sábado (28).

Baseada no livro Fellow Travelers, inédito em território tupiniquim, Companheiros de Viagem narra em oito episódios, lançados semanalmente, um romance entre dois homens que escondem a própria homossexualidade por diversos fatores. A começar por causa do ambiente no qual circulam, o da política americana durante períodos de repressão e ataques homofóbicos explícitos.

Ron Nyswaner, roteirista e produtor-executivo de Ray Donovan e Homeland, é o criador da série. Ele assegura que as cenas de sexo coreografadas entre Bomer e Bailey não são gratuitas. Passo a passo, encontro íntimo após encontro íntimo, a relação sexual entre os respectivos personagens cresce, calcada no poder e na sedução. 

Como praxe, uma equipe esteve presente no set só para gerenciar as cenas de sexo: são os coordenadores de intimidade. Além dessa interferência, que não resultou em nada grave, Nyswaner se preocupou em nunca gravar transas ou carícias iguais às outras, sempre tendo como meta a ideia de não ser repetitivo e traçar uma linha evolutiva nesse aspecto da relação.

Matt Bomer (à esq.) com Jonathan Bailey em Companheiros de Viagem
Matt Bomer (à esq.) com Jonathan Bailey em Companheiros de Viagem

A bandeira de Companheiros de Viagem

No drama, Matt Bomer interpreta o carismático Hawkins Fuller, que mantém uma carreira financeiramente estável e gratificante trabalhando nos bastidores da política dos Estados Unidos. Ele evita se envolver emocionalmente até conhecer Tim Laughlin (Jonathan Bailey), jovem repleto de idealismo e fé religiosa. O romance desafia a passagem de tempo e sobrevive durante quatro décadas, dos anos 1950 até os anos 1980.

A narrativa aborda períodos cruciais da história queer nos EUA, o que de certa forma refletiu e impactou no mundo inteiro, como a Era de Harvey Milk, primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo público na Califórnia (anos 1970), e a crise da Aids na década de 1980, afetando a comunidade LGBTQIA+ direta ou indiretamente.

O romance entre Hawkins e Tim ocorre bem quando o senador americano Joseph McCarthy (Chris Bauer) e o célebre advogado Roy Cohn (Will Brill) declaram guerra aos “subversivos e desviantes sexuais”, dando início a um dos períodos mais sombrios da história americana do século 20.

Indicado ao Oscar de melhor roteiro original pelo celebrado filme Filadélfia (1993), Ron Nyswaner procurou fazer de Companheiros de Viagem um mix de Ray Donovan e Homeland, tendo o aspecto fixer da primeira série e a veia política da segunda.

Com um trabalho de produção minucioso e difícil, gravando cenas fora de ordem em vários sets replicando as quatro diferentes décadas mostradas na tela, Companheiros de Viagem almeja fincar um espaço marcante na base do empoderamento. E isso com muito sexo e bandeira levantada contra o preconceito sexual. Levando em conta que aquilo visto em eras passadas, infelizmente, não está tão distante dos dias atuais.


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