MISTÉRIO DE PRIMEIRA

Crítica: Cruel Summer sobe de nível com 2ª temporada madura e magnética

Série retorna com nova história na sexta-feira (11), no Prime Video
DIVULGAÇÃO/FREEFORM
Griffin Gluck, Lexi Underwood (à esq.) e Sadie Stanley na 2ª temporada de Cruel Summer
Griffin Gluck, Lexi Underwood (à esq.) e Sadie Stanley na 2ª temporada de Cruel Summer

A segunda temporada de Cruel Summer chega na sexta-feira (11), no Prime Video, para te prender novamente. O drama se consolida como a série teen mais madura da atualidade, com um enredo de gente grande. Além da narrativa envolvente, a atração entrega ótimas soluções técnicas, de fotografia a direção, e teve a felicidade de reunir um elenco ideal.

Como a comparação com a primeira temporada é inevitável, aquela que durante o pico da pandemia de Covid-19 virou sensação no Brasil, vale esclarecer uma coisa antes de tudo. Embora ambientadas no mesmo universo, ambas as histórias são diferentes. É legal debater qual é a melhor trama, se a primeira ou a segunda, sem necessariamente valorizar uma em detrimento da outra. Fato é que Cruel Summer sobe de nível nessa retomada.

A montagem da trama

Não é nada fácil executar a missão de Cruel Summer, a de contar uma história picotada em três linhas do tempo. É preciso muito esmero para saber misturar as narrativas em um único episódio sem pagar o mico do spoilers tipo fogo amigo, com a série estragando os próprios segredos.

A segunda temporada de Cruel Summer é perfeita nessa amarração. Rapidamente, o telespectador se conforma com o desenrolar da trama, entendendo as temáticas de cada linha do tempo sem precisar queimar os neurônios.

O que ajuda nessa identificação são os filtros no vídeo. A divisão é a seguinte: imagem padrão no verão de 1999; filtro azul no inverno de 1999 e filtro verde no verão de 2000. Detalhe: o ponto de vista das estações é do hemisfério norte (Estados Unidos), por isso o verão vem primeiro, no meio do ano.

Sadie Stanley (à esq.) com Lexi Underwood em Cruel Summer
Sadie Stanley (à esq.) com Lexi Underwood em Cruel Summer

Qual é o grande mistério de Cruel Summer 2?

Como se percebe, a narrativa se passa na virada do milênio, aspecto bem explorado no decorrer dos episódios. O cenário é uma idílica pequena cidade à beira-mar no noroeste dos EUA. No centro de tudo está a ascensão e queda de uma intensa amizade adolescente.

Os capítulos dão voltas e reviravoltas acompanhando o apego avassalador entre Megan (Sadie Stanley), Isabella (Lexi Underwood) e o melhor amigo de Megan, Luke (Griffin Gluck), um triângulo amoroso que floresce. Até vir à tona um mistério que impacta as suas vidas.

Isabella é filha de diplomatas e está passando um ano como estudante de intercâmbio no lar da família de Megan, isso no verão de 1999. Tem-se, então, uma trama adolescente bem típica nessa parte da série, com paqueras, planejamento da vida adulta, rixas, simpatias, festas… É tudo muito colorido, vibrante, para cima.

No inverno de 1999, a segunda temporada de Cruel Summer ganha ares mais sombrios. Megan se transforma completamente, deixando de ser aquela garota inocente de meses atrás, preparada para realizar o sonho de entrar na faculdade. Nesse ponto, a amizade dela com Isabella se deteriora.

E no verão de 2000, se descobre porque as duas adolescentes, que há um ano eram inseparáveis, agora não conseguem trocar olhares. A polícia está na cola de Megan enquanto um corpo é recuperado do fundo do lago da cidade. Essa morte tem conexão direta com as duas. Elas precisam deixar as diferenças de lado e inventar uma história para se livrarem da cadeia.

O telespectador mais exigente, bem experimentando em séries desse tipo, pode detectar uma falha do roteiro aqui e ali. Mas não é nada grave a ponto de prejudicar o todo. Cruel Summer 2, de forma bem satisfatória, resolve os mistérios que apresenta, tudo ao seu tempo. E firma-se como um drama teen acima da média.


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