Uma das melhores séries deste século, Gomorra (2014-2021) será removida da HBO Max no próximo dia 23. Por isso, é bom correr para ver, ou rever, essa obra imperdível sobre a máfia italiana, apresentada do jeito mais cru possível, bem distante das narrativas hollywoodianas tão famosas inseridas nesse mundo.
Gomorra se passa na década de 2010 em Nápoles, levando o espectador para a rotina do crime na Camorra, como a máfia italiana daquela região é chamada.
Três personagens formam o núcleo da história. O mafioso líder é Don Pietro Savastano (Fortunato Cerlino). Ao seu lado, na função de braço-direito e soldado fiel, está Ciro Di Marzio (Marco D’Amore), apelidado de Imortal. Gennaro Savastano (Salvatore Esposito) é o filho herdeiro de Don Pietro, mas ele está mais preocupado em viver como playboy do que tomar as rédeas do pai.
A dinâmica entre os três movimenta toda a trama, composta de 58 episódios espalhados em cinco temporadas. Quem for embarcar nessa aventura precisa ficar atento com um detalhe importante.
Antes da quinta temporada, o telespectador tem de assistir o telefilme O Imortal, sobre Ciro (também disponível na HBO Max). Os eventos ali ocorrem após a terceira leva e preparam o terreno para o desfecho do enredo.
O Diário de Séries lista cinco motivos para ver Gomorra. Confira:
Gomorra melhor do que Sopranos?
Antes de tudo, uma coisa precisa ficar registrada: The Sopranos é a melhor série de todos os tempos. Ponto final. Dito isso, como Gomorra se compara ao drama lendário da HBO sobre a máfia italiana nos Estados Unidos? A diferença que torna Gomorra ao menos mais realista é que tem-se ali um retrato raiz da máfia.
Afinal, Nápoles é o berço da máfia, local no qual o crime organizado italiano deu seus primeiros passos, lá no século 17. Esqueça o bate-papo existencial na terapia e prepare-se para uma jornada sanguinária, crua.
Fotografia suja
Gomorra se destaca por ser muito fiel ao cenário em que está. O drama mafioso percorre as ruas sujas e humildes da periferia de Nápoles, mostrando a vida como é de fato. Estúdios espaçosos e fundo verde? Nada disso. É impactante como a série consegue mostrar tudo de forma palpável,
Não tem muita firula, chegando a parecer um documentário por causa da dureza da fotografia. Isso só contribui ainda mais com a experiência do telespectador de adentrar nesse mundo e sentir-se, por que não, parte dele de alguma forma.
Atuação visceral
A atuação em Gomorra não é a das melhores, no quesito técnico. Mas a falta de talento puramente dramático é compensada com um realismo assustador. Nisso, Gomorra se assemelha com a série brasileira Sintonia, ao colocar atores fidedignos na pele dos personagens bandidos. Não há brecha para monólogos shakespearianos ou caras e bocas. O elenco desconhecido, retirado das ruas, acrescenta um valor gigante à veracidade da trama.
Tensão a todo instante
Gomorra não economiza em tensão. Os episódios são inquietos do começo ao fim, não necessariamente só nas cenas de ação. Desconsidere aquela encheção de linguiça vista por aí. Tal qual uma série tem de ser, o final de cada episódio entrega a solução apresentada no início dele, sem estender aquele pedaço da história desnecessariamente.
Outra força da atração mafiosa é a criatividade marginal, vamos assim dizer, aumentando o nível de tensão. Os bandidos tem de pensar em soluções fora do comum para cumprirem objetivos. Vale desde inserir drogas em verduras e legumes até usar imagens de santos católicos para esconder ouro.
Final perfeito
Tudo isso teria um dissabor caso o final fosse ruim. Não é o caso. Gomorra conclui a história com primor, condizente ao mostrado desde a estreia: o confronto entre os “irmãos” Genny e Ciro pelo controle criminal dos bairros periféricos da cidade de Nápoles.
O término da trama é satisfatório. Naturalmente, alguém pode tecer críticas por uma coisa aqui ou acolá, é questão de gosto e faz parte. Mas pelo ponto de vista neutro, analisando a trama somente por ela, foi entregue um desfecho muito bom.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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