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Crítica: feita no formato errado, Invasão Secreta estraga e estica boa trama

Atração do Disney+ que abre a fase 5 do MCU chega ao fim
DIVULGAÇÃO/MARVEL
Samuel L. Jackson na minissérie Invasão Secreta
Samuel L. Jackson na minissérie Invasão Secreta

A premissa de Invasão Secreta é boa. Porém, seria muito melhor desenvolvida como um filme de 90 minutos do que esmiuçada em minissérie com seis episódios; o último deles entra no Disney+ na quarta-feira (26). Assim, a trama esticada acabou se estragando. E nesse processo, quase nada de impactante aconteceu, oferecendo ao público capítulos mornos. Ao que parece, o bang vem apenas na reta final.

Os ingredientes de Invasão Secreta são de primeira. Tem ameaça de Terceira Guerra Mundial, aliens tomando conta da Terra assumindo cargos políticos de grande importância, a dúvida em saber quem é skrull (alien) ou humano, retorno de Nick Fury (Samuel L. Jackson), escalação de Emilia Clarke (ex-Game of Thrones)… Mas tudo isso misturado não deu liga.

Olhe que foram episódios curtos, com o quinto tendo somente 33 minutos de cena, por exemplo. Imaginando Invasão Secreta feita para o cinema, haveria mais urgência e menos enrolação. A sensação que a minissérie passa é de puro cansaço, igual ao maratonista amador que se esforça além da conta, suando à beça, até cruzar a linha de chegada.

Samuel L. Jackson pouco fez com Nick Fury encurralado e impotente. Mas a maior decepção no quesito elenco é Emilia Clarke. Ela ganhou uma personagem meramente secundária, após praticamente carregar Game of Thrones (a maior série de todos os tempos) nas costas. A expressão corporal de sua personagem, a Gi’ah, sempre com ombros arriados e mãos dentro de jaqueta, foi quase um sinal subliminar de desespero do tipo “me tira daqui” ou “quando isso vai acabar?”.

Resta um episódio, então Gi’ah pode se redimir com uma guindada daquelas. Fato é que Nick Fury vai ser outro nesse desfecho. Ele novamente tomou posse de seu inconfundível tapa-olho e está no pique de voltar a ser o Nick Fury empolgante dos filmes da Marvel.

Mas isso ficou só para o final. O caminho todo de Invasão Secreta foi plano, raso. Sem reviravoltas de fato, as cenas de melhores momentos são escassas. De certo na coluna dos prós apenas Olivia Colman, arrasando (como sempre) na pele de Sonya, agente do MI6 que promoveu alívio com ótimas falas e atitudes sempre que deu o ar da graça no vídeo.

A mais recente minissérie da Marvel tem o último capítulo como possibilidade de redenção, mínima que seja. É alta a chance de ocorrer aparição surpresa de herói ou heroína famosa do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Até agora, Nick Fury se recusou a pegar o telefone e pedir ajuda dos amigos Vingadores. Com a humanidade à beira do colapso, ele terá de rever essa posição.

Pela circunstância de Invasão Secreta ser preparação ao filme As Marvels (novembro de 2023), a aposta mais segura é na aparição de Carol Danvers (Brie Larson), a Capitã Marvel, surgindo com a tarefa de salvar o dia. Apesar da trajetória cheia de solavancos, esse seria um encerramento honesto da trama, muito mal aproveitada até então.


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