Vem da Dinamarca, de forma surpreendente, a nova atração do momento da Netflix. Composta de quatro episódios, a minissérie Enfermeira causa zunzunzum pela história macabra contada: uma enfermeira que mata pacientes. O que deixa os espectadores perplexos é saber que essa trama é baseada em fatos reais. Isso culmina em perguntas como: por que ela tomou tal atitude? Por que todo mundo fez vista grossa? O que aconteceu com ela?
A narrativa de Enfermeira se passa no hospital Nykøbing Falster, localizado em ilha dinamarquesa sulina onde os fatos reais aconteceram. Lá na instituição, todo mundo conhecia todo mundo e haviam poucas mudanças no corpo médico.
O ponto de virada ocorre com a entrada de Pernille Kurzmann (Fanny Louise Bernth), nova enfermeira no pedaço. Jovem, recém-formada, ela passa por perrengues e não se dá bem com os funcionários mais antigos do hospital. Até ela conhecer a charmosa e carismática Christina Aistrup Hansen (Josephine Park).
Christina era a principal enfermeira do Nykøbing Falster, adorada por todos. Contudo, Pernille passou a suspeitar de algo. Sempre durante os plantões noturnos, pacientes aparentemente estáveis começavam a sucumbir, flertando com a morte. Então aparecia Christina para salvá-los, como uma heroína. Mas nem toda vez os pacientes escapavam com vida. Pernille passou a desconfiar disso. Seria a amada enfermeira uma assassina?
O caso real de Christina Aistrup Hansen
Em uma manhã como qualquer outra, em março de 2015, a polícia dinamarquesa recebeu uma chamada de uma enfermeira do hospital Nykøbing Falster. Existia a suspeita que uma colega estaria matando os pacientes.
Assim começou um dos maiores casos de homicídio da história jurídica da Dinamarca. Vários funcionários do hospital disseram à polícia que também acreditavam que a tal enfermeira envenenava os pacientes. Alguns afirmaram que tinham essa suspeita há vários anos. Mas por que ninguém denunciou antes?
Em 2016, Christina Aistrup Hansen recebeu a sentença após um julgamento que durou 27 dias e contou com 70 testemunhas. A enfermeira foi condenada à prisão perpétua, por quatro assassinatos e uma tentativa de assassinato.
O tribunal provou que ela adoecia pacientes de propósito, dando a eles doses letais de morfina e diazepam (medicamento que provoca efeito calmante). Ela recorreu da condenação.
No ano seguinte, foi decretado o veredicto final. Por questões técnicas, resultado do trabalho de uma investigação forense, Christina conseguiu se livrar da punição severa, a de passar a vida atrás das grades. A sentença foi reduzida para 12 anos de prisão. A conclusão desse julgamento, basicamente, após revisões de informações médicas, não chegou a uma certeza de que as doses de morfina e diazepam foram as causas diretas das mortes dos pacientes.
A investigação forense, agora na parte psicológica, determinou que Christina sofria de transtorno de personalidade histriônica (TPH). Em resumo: a pessoa nessa condição tem emoções excessivas, com a necessidade de chamar a atenção para si mesmo, incluindo a procura de aprovação.
Ou seja, a enfermeira fazia as tais dosagens letais para em seguida bancar a heroína, salvando os pacientes e, sendo assim, o centro das atenções. No argumento da acusação, a TPH foi fortemente usada contra Christina, afirmando que ela usava de seu conhecimento médico de um modo perverso. A custo da vida de outros, queria ser adorada.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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