O começo do fim de The Marvelous Mrs. Maisel se dá a partir desta sexta-feira (14), com o lançamento da quinta e última temporada da comédia, que é a melhor série da história do Prime Video. A atração preenche todos os requisitos: charmosa e politizada; premiadíssima e aclamada; tem elenco de primeira linha e produção impecável. Sem esquecer, claro, o fato de ser essencialmente engraçada e divertida.
The Marvelous Mrs. Maisel surgiu em um período no qual a Amazon ainda buscava se firmar no mercado dos streamings, embora já tivesse apresentado um cartão de visita destacado, a série Transparent.
Em 2016, o Prime Video nem era conhecido por esse nome somente, vinha atrelado à marca Amazon, comia poeira da Netflix e buscava se livrar do rótulo de ser uma plataforma cujo catálogo parecia vir de uma locadora do século passado.
A encomenda do piloto (primeiro episódio) da comédia veio naquele ano; a estreia foi em 2017. O streaming da Amazon queria soltar uma série prestigiada, popular e bem avaliada, conseguindo agradar público e mídia, atingindo ao mesmo tempo relevância no circuito de premiação hollywoodiano. E foi exatamente isso que aconteceu.
O alicerce de The Marvelous Mrs. Maisel
Criada por Amy Sherman-Palladino, a mesma de Gilmore Girls, The Marvelous Mrs. Maisel só alcançou o topo por ter uma base sólida. A trama acompanha Miriam “Midge” Maisel (Rachel Brosnahan), uma dondoca em pleno anos 1950 que, após separação escandalosa do marido, resolve se aventurar no mundo da comédia stand-up em Nova York.
Amy não tinha grandes pretensões com a série. Embora a conclusão seja na quinta temporada, período ideal para o encerramento de atrações televisivas, o objetivo era ao menos chegar na segunda temporada. O ponto final, contudo, ela concebeu antes mesmo da gravação do piloto.
Em meados da década passada, a Amazon tinha a prática de analisar o primeiro episódio (piloto) de uma série antes de aprová-la, copiando o modelo tradicional da TV aberta americana. Os executivos gostaram tanto do que viram que logo de cara encomendaram duas temporadas.
O diferencial da série é falar da comédia stand-up nos anos 1950 e 1960 pela perspectiva feminina. Naquela época, eram poucas as mulheres que se aventuraram nesse meio, mas elas existiam.
Assim, a narrativa tem mais apelo do que se fosse um homem como protagonista. Desde sempre, a comédia stand-up nunca foi vista como uma ocupação feminina, ainda mais no meio do século 20. Para uma mulher ser bem sucedida na profissão precisaria de um combo fantástico, contando com sorte, coragem… e, obviamente, talento.
Midge enfrenta perrengues ao longo das temporadas de The Marvelous Mrs. Maisel. Indiscutivelmente ela é boa no que fez, porém o sistema a reprime por ser mulher. Entretanto, a resiliência impera e ela segue em frente.
Há um detalhe que resume bem a sua jornada. Como diz a sinopse da quinta e última leva: “Midge encontra-se mais perto do que nunca do sucesso com o qual sempre sonhou. Porém, logo vai perceber que mais perto do que nunca ainda é muito longe…”
Todo tipo de prêmio na prateleira
Acabou que The Marvelous Mrs. Maisel concretizou o desejo da Amazon. Logo na primeira temporada foi um sucesso estrondoso e fez história, se tornando a primeira série de um streaming a vencer o Emmy de melhor comédia (em 2018).
Só como melhor comédia, a série arrebatou o Globo de Ouro, Critics Choice e SAG (elenco). Tem vitórias em várias cerimônias de sindicatos hollywoodianos, ganhando prêmios de direção de arte (ADG), mixagem de som (CAS), produção (PGA), escalação de elenco (Artios), maquiagem e penteado, roteiro (WGA), figurino (CDGA) e decoração (SDS).
Nenhuma série em dez anos de Prime Video chegou sequer perto de obter tantas conquistas.
Esse desempenho no circuito de premiações se repetiu no Emmy. Pelas quatro primeiras temporadas, The Marvelous Mrs. Maisel ganhou 20 estatuetas (de 60 indicações), incluindo melhor atriz (Rachel Brosnahan), atriz coadjuvante (Alex Borstein), ator coadjuvante (Tony Shalhoub), direção, escalação de elenco, roteiro, edição, supervisão musical, figurino, fotografia e penteado.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
Siga nas redes
Fale conosco
Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Você pode ajustar todas as configurações de cookies navegando pelas guias no lado esquerdo.
Cookies estritamente necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa ferramentas de terceiros, como Google Analytics, Google Adsense, entre outros, para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!