
Tesouro escondido na Netflix, a série Greenleaf (2016-2020) vai ser removida do catálogo. O último dia para assisti-la na plataforma do tudum é 11 de agosto. Ou seja, ainda dá tempo para fazer uma boa maratona das cinco temporadas (60 episódios) do drama religioso de altíssima qualidade, sobre os bastidores de uma família cristã dona de um império evangélico.
O Diário de Séries apresenta cinco motivos para ver (ou rever) Greenleaf na Netflix. Confira:
Cristãos nada santos
Greenleaf acompanha o mundo inescrupuloso da família Greenleaf, com escândalos e enganos, tendo como pano de fundo um complexo de mansões familiares palacianas e sua megaigreja, localizada na cidade de Memphis (EUA).
No fundo, os Greenleafs se importam e se amam, mas segredos, mentiras, adultério, rivalidade entre irmãos e outros problemas assolam o clã enquanto tentam se manter unidos.
O universo das megaigrejas
Nos Estados Unidos (não muito diferente do Brasil), há uma profusão de pastores evangélicos tipo celebridades, com horários alugados na TV e tudo mais. Muitos deles lideram as chamadas megaigrejas, templos absurdamente enormes que mais parecem um ginásio poliesportivo; um desses pastores da vida real (Joel Osteen) prega em cultos para mais de 16 mil pessoas.
A igreja dos Greenleafs é desse naipe. E a trama mostra como é administrar um empreendimento tão grandioso, cheio de ramificações. Não é só cuidar da Palavra pregada no púlpito ou da administração de finanças. É preciso domar o ego de quem ali está trabalhando.
Fé, poder e segredos familiares
Greenleaf oferece um convite irresistível à curiosidade. Por trás da fachada impecável da respeitada igreja evangélica, escondem-se traições, ambições e conflitos morais. A série vai além dos escândalos sensacionalistas e mergulha nas tensões humanas entre fé e hipocrisia, entre aparência e verdade.
É um retrato pungente de como instituições religiosas também são formadas por pessoas falhas; e por isso mesmo, essencialmente humanas.
Crítica sobre religião e moralidade
O drama religioso não é apenas uma história familiar: é também uma análise crítica, embora respeitosa, do papel das igrejas na sociedade.
A série investiga como a fé pode ser instrumento de cura, mas também de manipulação.
Sem cair no moralismo, a narrativa desafia o espectador a refletir sobre os limites entre espiritualidade autêntica e estruturas de poder institucionalizadas. A abordagem é corajosa e, ao mesmo tempo, acessível a públicos diversos.
Narrativa viciante e intensa
Como todo bom drama, Greenleaf sabe construir suspense, entregar reviravoltas e tocar em temas emocionais profundos: luto, perdão, abuso, redenção… A progressão das temporadas é coesa e envolvente, com episódios que frequentemente terminam em ganchos dramáticos dignos de maratona. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br