
Há 10 anos, o ator brasileiro Wagner Moura conquistou Hollywood e o mundo com sua inesquecível atuação na pele do traficante colombiano Pablo Escobar, na série Narcos.
Embora tenha sido alvo de críticas, principalmente vindas da Colômbia, Moura virou sensação e foi, merecidamente, reconhecido com uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator de drama, na edição de 2016; perdeu para Jon Hamm (Mad Men).
Lançado em 28 de agosto de 2015, o drama criminal biográfico nasceu com a proposta de retratar a rotina dos chefões do tráfico de drogas mundial a partir dos anos 1980.
Narcos surgiu como um retrato realista da guerra pelo domínio das rotas internacionais de tráfico e do confronto entre as forças políticas, policiais, militares e civis em um jogo de poder complexo e macabro pelo controle de uma das mercadorias mais lucrativas do planeta: a cocaína.
Nesse jogo, talvez não tenha existido um nome maior e mais temido do que Pablo Escobar. Para interpretá-lo, Wagner Moura engordou 18 kg, peso extra que não foi suficiente para exibir a barriga proeminente do traficante; precisou usar enchimento.
Em outro esforço visando a melhor forma de encarnar o criminoso, Moura passou semanas na Colômbia, antes mesmo de as gravações de Narcos começarem, para aprender o idioma e ir além. Ele precisava captar o modo de se falar em Medellín, terra de Escobar, e se familiarizar com as gírias específicas do bairro que era o lar do gângster.
Tal dedicação não convenceu boa parte dos colombianos, que torceram o nariz por ver um brasileiro na pele de Pablo Escobar. Por mais que Moura tenha feito um estudo árduo, para eles a atuação não foi boa. Queriam que um ator local tivesse sido escolhido para interpretar Escobar (uma cobrança válida, diga-se de passagem).
Narcos dedicou as duas primeiras temporadas a Pablo Escobar. No auge o traficante, chegou a ser tratado como um dos homens mais ricos do mundo. O FBI, a polícia federal americana, dizia que ele embolsava cerca de US$ 1 milhão por dia no tráfico. Após anos e anos fugindo do FBI e todo tipo de força policial, Escobar morreu em 1993, num tiroteio.
Assim terminou a segunda temporada de Narcos. A série seguiu em frente com uma terceira leva, mas sem o mesmo apelo. No caso, a trama acompanhou os passos de agentes do DEA, o órgão federal dos Estados Unidos para controle e repressão de narcóticos, investigando o cartel de Cali, que sucedeu ao de Medellín depois da queda de Escobar.
Narcos terminou com essa terceira temporada, que foi lançada em setembro de 2017. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br