
Série brasileira que é líder de audiência no Prime Video, Tremembé estreou na última sexta-feira (31) a partir da premissa de apresentar a convivência de criminosos notórios, como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga, no Complexo Penitenciário de Tremembé, popularmente conhecido como “presídio dos famosos”. Porém, quem chama mais a atenção do público é uma detenta relativamente obscura.
Logo no começo da série, assim que Suzane (vivida por Marina Ruy Barbosa) entra em Tremembé, surge Poliana (interpretada por Letícia Tomazella, de DNA do Crime). Colega de cela, Anna Carolina Jatobá (Bianca Comparato) alerta Suzane para não fazer amizade com Poliana, devido ao seu crime horrendo, injustificável e indefensável.
Em certo momento, o drama true crime mostra na tela o que Poliana fez, seguindo o padrão de apresentação de outras pessoas encarceradas do complexo. A atração faz o seguinte registro: “Poliana. Filmou as irmãs de 3 anos sendo estupradas. Condenada a 29 anos de prisão”. Esse caso aconteceu, de fato. Só que na atração a criminosa ganhou outro nome.
Abaixo, confira os detalhes dessa história real, com informações retiradas do livro Suzane: Assassina e Manipuladora, escrito por Ulisses Campbell e que serviu de base para a série do Prime Video, e entrevistas do próprio escritor, como para o podcast Fly Now. Vale o alerta: as informações são fortes, repugnantes e sensíveis; siga ciente disso.
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A história real do caso Poliana, da série Tremembé
Em Tremembé, Suzane fez amizade com Luciana Olberg (Poliana, na série), que foi presa por ter armado e gravado o estupro de duas crianças, então com três anos de idade, que são filhas de seu pai com outra mulher. Isso aconteceu em 2013.
Luciana formava um trisal com seu marido, dono de uma academia de boxe, e com um aluno do local. Ela tinha um filho com o empresário.
As meias-irmãs gêmeas de Luciana passavam um tempo sob seus cuidados, brincando com o filho dela. Em um dia, as duas dormiram na casa de Luciana. Foi quando os abusos começaram.
Luciana dopava as garotas, poupando o filho, ao passar tequila nas chupetas delas, o que as fazia entrar em coma alcoólico. Daí, tanto o marido quanto o amante praticavam o estupro.
Após fazer as gravações, Luciana compartilhava os vídeos em grupos online formados por pedófilos. Segundo informa Ulisses Campbell, os próprios pedófilos ficaram chocados com aquilo, com um deles tomando a atitude de acionar a polícia. Foi por causa dessa denúncia que o trisal foi preso.
Esse caso chegou a ser noticiado por alguns veículos, como o jornal Estadão, sem mencionar nomes. No livro de Ulisses, as pessoas envolvidas foram reveladas, assim como em matérias assinadas pelo escritor nas revistas Veja e Época. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br



